Globo, Folha de São Paulo, Estadão e Veja são os latifúndios de mídia no Brasil.
Pois a secretaria de comunicação do governo Lula resolveu fazer uma reforma "agrária" nesse latifúndio.
Democratizou a publicidade governamental, passando a regionalizar e anunciar também em rádios e jornais do interior, quase sempre pequenas empresas.
De 499 veículos que tinham anúncios governamentais em 2003, o número saltou para 5.297 em 2009.
O valor da verba manteve-se, mas "grandes" veículos de alcance nacional passaram a receber menos, tendo que dividir o latifúndio de verbas com pequenas rádios e jornais no interior.
A Folha de José Serra que está à beira de um ataque de nervos, com a decadência, com o cancelamento em massa de assinaturas, subiu nas tamancas, ao ver parte das verbas de seu latifúndio serem divididas.
Como diz o ditado popular "farinha pouca, meu pirão primeiro".
O colunista Fernando de Barros e Silva, soltou uma coluna com o título "O Bolsa-mídia de Lula", que parece o mais puro lobismo em favor da oligarquia midiática.
Do alto de sua arrogância, acusa o governo de "comprar" a mídia de "segundo e terceiro escalões". Na cabeça deste senhor, existe uma sociedade de "castas" na mídia brasileira, onde a Folha estaria no "primeiro escalão".
Acusa as pequenas empresas de mídia de serem tocadas pelo próprio dono e por isso tornar-se-ia chapa branca ao receber verbas.
Estranho que sem analisar o conteúdo de qualquer um destes veículos que ele ataca, faz o diagnóstico que se aplica aos veículos das famílias Marinho, Frias, Mesquita e Civita, cujos donos sempre foram chapa-branca mediante verbas polpudas.
Barros, cinicamente e esnobe, desdenha da democratização da publicidade para pequenos veículos, fazendo ironias ao comparar com o bolsa-família:
"Enquanto, na superfície, Lula trata de fazer a sua guerra retórica contra a "imprensa burguesa", que lhe dá azia, no subsolo do poder a engrenagem montada pelo ministro Franklin Martins se encarrega de alimentar a rede chapa-branca na base de verbas publicitárias. É o Bolsa-Mídia do governo Lula." - Diz Barros.
No fundo ele reclama da perda do latifúndio do Mega-Bolsa-Mídia de FHC. Serra faz o que pode e o que não pode para suprir, mas não chega aos valores equivalentes do governo de FHC.
A democratização da publicidade na mídia, divide as verbas de acordo com critérios técnicos, de audiência e abrangência. As agências de publicidade, a rede Globo, as redes de rádios, sabem perfeitamente a diferença e os custos de uma propaganda regional e em cadeia nacional. Está aí o recente caso da SABESP, para dar um exemplo.
Por fim, a ira do colunista da Folha de José Serra, vira-se contra à blogosfera, quando ele insinua, de forma chula, que blogs que apoiam Lula seriam "comprados":
"Essa mídia de cabresto que se consolidou no segundo mandato ajuda a entender e a difundir a popularidade do presidente. E talvez explique, no novo mundo virtual, o governismo subalterno de certos blogs que o lulismo pariu por aí."
Barros não explica o serrismo, aecismo, yedismo subalterno que existe nos portais do PIG que ele defende, e é empregado...
Mas os piores pesadelos de Barros e Frias ainda estão por vir, pois a democratização mal começou.
Na verdade, o governo federal já avançou, mas ainda há muito por fazer na real democratização das verbas publicitárias, diante da realidade das novas tecnologias e diante das velhas oligarquias.
O que nós defendemos aqui, é algo muito mais abrangente e que ainda não foi feito, conforme a nota deste blog do dia 08/02/2009: "MICRO-MÍDIA: Blogueiros e outras mídias alternativas UNÍ-VOS !!!"
Da mesma forma que o governo criou o micro-crédito, deveria criar um programa "MICRO-MÍDIA".
O micro-crédito obriga os bancos a emprestarem 2% dos recursos para operações de crédito popular e microcrédito produtivo.
Um programa MICRO-MÍDIA pode obrigar o direcionamento de um percentual de verbas publicitárias para pequenos veículos, desde jornais de bairro, pequenas rádios, até blogs independentes dos portais da grande imprensa.
Caso livrem as rádios comunitárias das amarras da proibição de anunciar, também seria desejável incluí-las em um MICRO-MÍDIA.
Não se trata de "comprar" apoio, e sim um mecanismo institucional, acessível a qualquer um (inclusive quem seja oposto ao governo) que cumpra aos requisitos e normas, com audiência auditável, e recursos proporcionais, com transparência e controle.
Isso gera emprego e renda no setor de comunicação, informação e entretenimento para pequenos veículos, desde microempresas até iniciativa de autônomos.
Vai ser o sonhado primeiro emprego de muita gente que está estudando jornalismo (e um primeiro emprego fora da "escola" do PIG).
Está na hora do governo radicalizar a democratização das verbas publicitárias e implantar um programa MICRO-MÍDIA.
Deixa o PIG chorar a perda do Mega-bolsa-mídia de FHC.
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