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segunda-feira, 18 de maio de 2009
Petrobras na conquista de investimentos da China
Um artigo do "Wall Street Journal" publicado no jornal Valor Econômico, serve de recado para os traidores do povo brasileiro: demo-tucanos de José Serra e Aécio Neves, que criaram a CPI da PetrobraX.
Enfraquecer a PETROBRAS neste período de negociações, em que há escassez de recursos no mundo todo para investimentos, é crime de alta traição ao Brasil, ao povo brasileiro, e à geração de empregos.
Segue o artigo (os grifos é daqui do blog):
Viagem de Lula ressalta posição da China como fonte de recursos
John Lyons, The Wall Street Journal, de São Paulo - VALOR
A indústria petrolífera brasileira tem na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China o mais recente sinal de como a influência daquele país está crescendo em meio à crise econômica mundial.
Lula tem reunião marcada hoje, na China, com o presidente chinês Hu Jintao, que deve liberar bilhões de dólares em crédito para ajudar o Brasil a explorar suas enormes reservas de petróleo.
O Brasil vai retornar o favor garantindo a venda de petróleo para empresas chinesas.
Os países estão sendo jogados nos braços uns dos outros pela crise financeira. A estatal Petróleo Brasileiro SA quer gastar US$ 174 bilhões nos próximos cinco anos para elevar o Brasil ao alto escalão dos países produtores de petróleo. Como o mercado internacional de capitais está na UTI, a China é uma das poucas fontes de dinheiro.
A Petrobras está recorrendo à China numa época em que a presença chinesa na América Latina está em alta. O apetite do país por matérias-primas melhorou várias economias na região, que é rica em commodities. Isso aliviou o impacto da crise mundial nesses países. Em março, a China ultrapassou os Estados Unidos como maior parceiro comercial do Brasil.
Os termos do acordo ainda não tinham sido finalizados na semana passada, antes de o presidente partir, disse um alto executivo da Petrobras. O que está na mesa é um empréstimo de US$ 10 bilhões em troca de 200.000 barris de petróleo por dia, segundo um anúncio da Petrobras sobre as negociações este ano. O principal objetivo da China, porém, é usar os empréstimos para conquistar contratos para fornecer serviços e equipamentos numa época em que o Brasil está se tornando mais duro na negociação com firmas estrangeiras, disseram especialistas do setor.
Mesmo antes de um negócio ser fechado, os meses de negociações entre autoridades chinesas e brasileiras ilustraram a vantagem competitiva das empresas apoiadas pelo governo da China quando os mercados de crédito estão secos. Sublinhando a importância da China como banco de última instância, o Brasil recorreu ao país muito embora iniciativas de investimento com os chineses no passado tenham terminado em decepção.
“Os EUA têm um problema”, disse o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, recentemente quando perguntado sobre as negociações do empréstimo. “Não existe ninguém no governo dos EUA com quem possamos sentar e ter o tipo de conversas que estamos tendo com os chineses.”
Gabrielli estava se referindo ao fato de que os bancos do governo chinês estão dispostos a dar empréstimos enormes para tomadores estrangeiros e, assim, aproximar a China de seus objetivos de segurança energética de longo prazo, que são: garantir diversas fontes mundiais de suprimento e obter acesso de suas petrolíferas a regiões competitivas.
Uma recente sequência de empréstimos petrolíferos para a Rússia, o Cazaquistão e outros levou o total de seus compromissos para mais de US$ 45 bilhões.
Esses empréstimos diretos do governo são uma ferramenta cada vez mais poderosa numa era em que três quartos das reservas mundiais de petróleo estão nas mãos de petrolíferas estatais.
Ao lidar diretamente com governos de países produtores, a China pode usar sua riqueza para reduzir o papel de grandes petrolíferas - os intermediários tradicionais entre produtores e consumidores de petróleo.
“O que se está vendo é uma nova geopolítica de petróleo, em que negócios começam com um entendimento político e deixam de lado as petrolíferas multinacionais”, diz Roger Diwan, sócio da PFC Energy, uma consultoria americana do setor.
Certamente, multinacionais do petróleo como a Exxon Mobil Corp. e a Royal Dutch Shell PLC têm importantes vantagens tecnológicas e mais know-how de administração do que muitas estatais, o que as torna essenciais.
Além disso, as reservas mais tentadoras do Brasil são as do pré-sal, que ficam quilômetros no fundo do mar, embaixo de rochas e camadas instáveis de sal - e extrair esse petróleo provavelmente vai exigir a expertise e o poder das líderes do setor.
Por outro lado, a disposição da China de bancar projetos de petróleo deve acabar ajudando consumidores em outros países, segundo especialistas. A maioria do petróleo mundial é vendido no mercado internacional à vista para quem oferecer mais. A perspectiva do investimento chinês deve conter os preços por causa da consequente alta das reservas mundiais.
A Petrobras tem uma posição peculiar, por ser controlada pelo governo mas operar com um caráter de livre mercado e ter ações negociadas em bolsa, inclusive em Nova York. E ainda ganhou uma posição inusitada no setor por ter descoberto grandes reservas de petróleo e gás. A companhia tem muito mais reservas do que pessoal e dinheiro para extrair.
O Brasil está disposto a tornar realidade seus ambiciosos planos para o setor, mesmo em meio à recessão global.
“A Petrobras é uma companhia de ação”, diz Matthew Shaw, analista sênior de América Latina da consultoria petrolífera Wood Mackenzie, da Escócia. “Ela está disposta a fazer acordos onde for necessário.”
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