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O presidente iraniano, sabedor das resistências contra a visita, especialmente da influente comunidade judaica em São Paulo, não irá à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), como é costume em visitas de chefes de Estado. A Fiesp receberá, porém, uma missão de empresários iranianos, para discutir negócios nas áreas de investimentos em energia, produção de equipamentos elétricos, combustíveis e comércio.
"Temos de jogar com pragmatismo nessas negociações, embora não seja fácil porque há uma carga ideológica muito forte", comenta o subsecretário-geral de Política do Ministério das Relações Exteriores, Roberto Jaguaribe ao jornal Valor Econômico. Ele reconhece que mesmo o governo brasileiro tem críticas a atitudes do governo iraniano, e se manifestou recentemente contra declarações consideradas antissemitas feitas por Ahmadinejad, em uma conferência das Nações Unidas. Mas o Irã tem uma representação de católicos e judeus em seu parlamento maior que a proporção desses grupos na população, nota o diplomata.
Jaguaribe argumenta que a tradição diplomática brasileira recomenda a negociação e aproximação com governos para evitar isolamento de atores importantes na política externa. "O Irã é um país de grande relevância na região, com crescimento constante de 5,5% em média nos últimos 20 anos, que vem fazendo grande esforço de industrialização", diz o ele. Os países europeus mantêm fortes relações comerciais com os iranianos, e, em 2008, a China superou a Alemanha como o maior parceiro comercial do Irã.
O Brasil, nono parceiro em comércio dos iranianos, tem naquele país seu maior mercado para exportação de milho em grão, o segundo nas vendas de açúcar refinado, o terceiro maior, de óleo de soja e o quarto mercado comprador de carnes. As sanções internacionais por causa das ameaças de atuação do Irã na produção de armas nucleares provocaram perturbações nas relações comerciais bilaterais, que também foram afetadas, no ano passado, pela substituição do Brasil por fornecedores mais afinados ideologicamentes com o Irã, como Cuba.
Com grandes interesses em jogo, os empresários se dividem entre as críticas às posições políticas do presidente iraniano e o esforço para separar negócios de política. "É um mercado importante e não se deve ignorar isso por razões ideológicas", opina o diretor do departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Gianetti, que também preside a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). "Não apoiamos a posição do Irã nos fóruns internacionais, mas isso não pode impedir o relacionamento com o país."
A falta de cartas de crédito e as demandas do Irã por maior cooperação na área financeira serão discutidas em uma reunião da delegação de Ahmadinejad com o Banco Central, no dia 5. "Não é só o Irã: o Brasil tem uma forte relação comercial com países em desenvolvimento, mas não tem os instrumentos financeiros necessários para incentivar esse comércio", queixa-se Jaguaribe, que espera ver sair da reunião uma perspectiva para abertura de um banco iraniano no Brasil. Técnicos do governo comentam, porém, que o regime de sanções ao governo de Teerã é um dos maiores obstáculos à desejada cooperação financeira.
"Temos de jogar com pragmatismo nessas negociações, embora não seja fácil porque há uma carga ideológica muito forte", comenta o subsecretário-geral de Política do Ministério das Relações Exteriores, Roberto Jaguaribe ao jornal Valor Econômico. Ele reconhece que mesmo o governo brasileiro tem críticas a atitudes do governo iraniano, e se manifestou recentemente contra declarações consideradas antissemitas feitas por Ahmadinejad, em uma conferência das Nações Unidas. Mas o Irã tem uma representação de católicos e judeus em seu parlamento maior que a proporção desses grupos na população, nota o diplomata.
Jaguaribe argumenta que a tradição diplomática brasileira recomenda a negociação e aproximação com governos para evitar isolamento de atores importantes na política externa. "O Irã é um país de grande relevância na região, com crescimento constante de 5,5% em média nos últimos 20 anos, que vem fazendo grande esforço de industrialização", diz o ele. Os países europeus mantêm fortes relações comerciais com os iranianos, e, em 2008, a China superou a Alemanha como o maior parceiro comercial do Irã.
O Brasil, nono parceiro em comércio dos iranianos, tem naquele país seu maior mercado para exportação de milho em grão, o segundo nas vendas de açúcar refinado, o terceiro maior, de óleo de soja e o quarto mercado comprador de carnes. As sanções internacionais por causa das ameaças de atuação do Irã na produção de armas nucleares provocaram perturbações nas relações comerciais bilaterais, que também foram afetadas, no ano passado, pela substituição do Brasil por fornecedores mais afinados ideologicamentes com o Irã, como Cuba.
Com grandes interesses em jogo, os empresários se dividem entre as críticas às posições políticas do presidente iraniano e o esforço para separar negócios de política. "É um mercado importante e não se deve ignorar isso por razões ideológicas", opina o diretor do departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Gianetti, que também preside a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). "Não apoiamos a posição do Irã nos fóruns internacionais, mas isso não pode impedir o relacionamento com o país."
A falta de cartas de crédito e as demandas do Irã por maior cooperação na área financeira serão discutidas em uma reunião da delegação de Ahmadinejad com o Banco Central, no dia 5. "Não é só o Irã: o Brasil tem uma forte relação comercial com países em desenvolvimento, mas não tem os instrumentos financeiros necessários para incentivar esse comércio", queixa-se Jaguaribe, que espera ver sair da reunião uma perspectiva para abertura de um banco iraniano no Brasil. Técnicos do governo comentam, porém, que o regime de sanções ao governo de Teerã é um dos maiores obstáculos à desejada cooperação financeira.
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