A chegada do grupo Opportunity, ligado ao banqueiro Daniel Dantas, ao sudeste do Pará aumentou a tensão em uma das áreas de maior conflito fundiário do país, afirma a CPT (Comissão Pastoral da Terra). Segundo a comissão, braço agrário da Igreja Católica, a Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, que tem o banco como um dos acionistas, contratou, com seu poderio econômico, quantidade de seguranças nunca vista antes na região. Anteontem, três sem-terra foram baleados, pelos vigilantes da empresa na fazenda Maria Bonita, em Eldorado do Carajás Os três devem prestar depoimento à Polícia Civil nesta semana.
No mês passado, capangas de Daniel Dantas abriram fogo contra trabalhadores rurais deixando nove feridos. As investigações ainda não acabaram.
"É o momento mais tenso desde o massacre, pelo número de famílias envolvidas na disputa com a empresa. Não sei até quando os trabalhadores vão ficar só contando seus feridos", disse José Batista, advogado da CPT, que começou a atuar na área à época do massacre de Eldorado do Carajás, em 1996, quando 19 sem-terra foram mortos por policiais. "O que assusta é a ordem dada: encontrou um invasor, atirou", afirmou.
O Opportunity começou a comprar terras e gado no Pará há cerca de três anos. Afirma gerar cerca de 15 mil empregos.
Rodrigo de Paula, diretor da Santa Bárbara, concorda que a chegada da empresa aumentou a violência na região, mas em entrevita a Folha, ele culpou a governadora petisa; “isso se deve à incapacidade da Ana Júlia Carepa (PT), de impor a ordem, ao não cumprir mandados de reintegração de posse” afirmou
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