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domingo, 22 de março de 2009

A reforma trabalhista do futuro, segundo Pochmann

Em debate promovido pelo Portal Vermelho e pela Revista Fórum, o economista Márcio Pochmann, presidente do IPEA, descreve como será uma reforma trabalhista do futuro não muito longínquo:

"Um novo processo civilizatório"

Muitas dessas questões, de desenvolvimento recente, não estão no livro lançado nesta sexta-feira. Mas o último ponto abordado está, pois tem sido um dos temas preferidos de Pochmann ultimamente: ''Identificarmos as possibilidades que estão dadas do ponto de vista técnico para termos uma sociedade diferente da que temos, um novo processo civilizatório''.

''A história dos trabalhadores no capitalismo é a luta pela superação do trabalho heterônomo, o trabalho pela sobrevivência. Evidentemente há a possibilidade de um outro trabalho, autônomo, não no sentido de por conta própria, mas que liberte a vida do trabalhador da luta pela sobrevivência'', raciocina o economista.

Há cem anos, para o trabalhador, viver era trabalhar, desde os cinco anos até a morte e em jornadas elevadíssimas. O trabalho representava 70%, 75% da vida do trabalhador. Na sociedade moderna, o trabalho heterônimo representa talvez 40% do tempo de vida, porque o ingresso no mercado de trabalho se dá mais tarde, a jornada de trabalho é menor, há a aposentadoria, expôs Pochmann.

''Quem financiou isso foi, basicamente, um fundo público. Se na sociedade agrária ele representava 5% do excedente econômico, na sociedade atual vai representar 35, 40%'', prosseguiu.

Na sociedade do século 21, ''em que há uma intensificação do trabalho, os ganhos do trabalho são crescentes'', Pochmann defendeu que é possível ''ingressar no mercado a partir dos 25 anos, com jornadas de trabalho de 12 horas semanais, com educação durante toda a vida, na sociedade do conhecimento, dada a complexidade da vida. E um fundo público que represente 60%, 70% do excedente econômico. Isso tecnicamente é possível. A questão é política'', concluiu.

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