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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O parlamento Italiano era melhor no tempo da Cicciolina

Não era para ser notícia relevante um deputado inexpressivo do parlamento Italiano, Ettore Pirovano, fazer declarações desairosas aos juristas brasileiros, mas como envolve uma decisão do Ministério da Justiça do Governo Lula, virou um dos principais assuntos do PIG. É claro que o PIG aproveitou o ensejo, principalmente por envolver um asilado político ex-estremista de esquerda, e pelo fato do governo italiano ser da direita, ainda por cima comandado por Berlusconi, uma espécie de dono do PIG televisivo italiano.

Mas o que dizer do deputado Ettore Pirovano quando disse que o Brasil não é conhecido "por seus juristas, mas sim por suas dançarinas"?

Logo um colega daquele parlamento de Cicciolina, dizer isto do Brasil?

Cicciolina era atriz pornô na Itália e chegou a fazer campanha eleitoral... digamos ... meio explícita, mas honesta com seus eleitores, pois todos sabiam em quem estava votando. Sua plataforma política pode ser considerada ecológica, humanista e pacifista (simplista e oportunista, para muitos), com bandeiras ecológicas, contra a OTAN, contra a energia nuclear (na época em que estava na moda ser contra energia nuclear), pelos direitos humanos e contra a fome no mundo. Pode ter se elegido pela descrença do eleitor italiano em deputados como esse Ettore Pirovano.

Por isso, com e sem ironia, o parlamento italiano, por onde passou Cicciolina, não merecia Ettore Pirovano.


E aquela Itália apreciadora das artes, das coisas boas da vida, boa de garfo e de copo, que tantos imigrantes trouxeram para o Brasil e se integraram, também não merecia gente como Berlusconi, nem merecia aquela parte da população preconceituosa, racista e fascista.

Berlusconi não chegou a ofender diretamente o Brasil, como o deputado Pirovano, mas chamou de volta o embaixador, provocando crise diplomática, e recorreu (sem sucesso) à cortes internacionais, da União Européia.

Não entendo nada de legislação sobre asilos políticos e internacionais, mas e o caso Cacciola, hein? É um pouco diferente, mas nem tanto assim. A Itália também se negava a extraditar um foragido da justiça brasileira, e por crime comum, sem qualquer conotação política. Cacciola só voltou ao Brasil porque foi preso quando saiu da Itália, extraditado pelo Principado de Mônaco.

BERLUSCONI JÁ PROTAGONIZOU BAIXARIAS CONTRA ALEMÃES

Em 2003, Berlusconi, em um de seus típicos destemperos verbais, durante uma sessão do parlamento europeu, comparou um deputado alemão que lhe dirigiu críticas, a um guarda de campo de concentração nazista (uma gafe para os próprios italianos, pois a Itália de Mussolini foi aliada dos nazistas).

O fato gerou uma crise diplomática entre os dois países, cada qual chamando seus embaixadores. O então primeiro-ministro alemão Gerhard Schroeder cancelou férias que passaria na Itália, e exigiu um pedido de desculpa formal.

A princípio, Berlusconi declarou que não tinha a intenção de ofender os alemães, mas se negava a retirar seus comentários ou a pedir desculpas formais.

Boa parte da população alemã também cancelou ou ameaçou cancelar férias na Itália, trazendo prejuízos à indústria do turismo. É possível que algum boicote de alemães se alastrasse para outros produtos italianos.

Berlusconi acabou cedendo e pedindo desculpas formais, encerrando o episódio.

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