No ano passado, ao menos 17 espaços livres, entre eles terrenos baldios, foram classificados como praça e ganharam nomes a partir de projetos de vereadores e ex-vereadores. O levantamento do Jornal da Tarde foi feito por meio do site da Câmara Municipal. Entre os locais escolhidos, há terrenos que podem ser classificados como baldios. Todas as propostas foram sancionadas pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) e se tornaram leis.
Desde outubro passado, a pequena intersecção entre duas ruas, quase uma rotatória com cerca de 50 metros quadrados, no bairro José Pedro Nunes, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, virou a Praça Maria Eloiza de Nagelo Salese, um local de lazer e recreação, como diz a legislação municipal. A mudança de status e o batismo são autoria do vereador Adolfo Quintas (PSDB). Já o presidente da Câmara, Antônio Carlos Rodrigues (PR), batizou na zona sul um terreno onde o desempregado Gilberto Pereira, de 41 anos, diz tocar uma escolinha de futebol. Há uma quadra, que ele afirma manter.
Segundo o cientista político Humberto Dantas, da ONG Voto Consciente, a nomeação de espaços públicos é, muitas vezes, uma forma de fazer gentileza ao eleitorado. São coisas muito paroquiais. Cada vereador busca agradar aqueles que estão à sua volta. Um líder ou a mãe dele. É uma troca de favores. Para Dantas, dar nomes a espaços não é, em si, uma atividade reprovável. Fazer isso, tudo bem. O problema é quando se torna a principal atividade do vereador. Esses projetos de nomes também ocupam assessores, têm um custo, tomam tempo.
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