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sábado, 24 de janeiro de 2009

E por que não? Oportunidade de engajamento do Brasil no cenário internacional.


Atualmente vemos o mundo caminhando para passos diferentes da saturação unilateral que o mundo passou durante a Era Bush. Entre a mudança e a continuação na política norte americana, vimos não somente os cidadãos dos Estados Unidos escolhendo a mudança, como vimos o mundo torcendo por essa mudança com a candidatura de Barack Obama.

Pensando na posse de Obama e nas promessas de mudança, relações com países adversos a política dos EUA e o papel do Brasil no cenário internacional, surgiu uma idéia que poderia ser muito bem aproveitada.

Fatos:

Obama pretende fechar Guantánamo. Diversos países criticam o embargo a Cuba imposto pelos EUA, inclusive o Brasil e o presidente Lula vem repetindo e demonstrando que não concordam com a (im)posição dos EUA sobre Cuba. Falta de democracia? Raul Castro em entrevista ao ator/cineasta Sean Pean, publicada no site Carta Maior (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15408), disse que
aceitaria o desafio para eleições diretas em Cuba, mesmo todos nós sabendo das relações dos EUA com países nada democráticos (ex.: Arábia Saudita) este é um dos argumentos ainda usados para a manutenção do embargo. Sem explicação técnica ou cientifica que respondam o motivo do embargo nos faz acreditar que seria um castigo para um país que no tempo da Guerra Fria ousou ameaçar o Império norte americano no período que ficou conhecido como Crise dos Mísseis (1962).

Teorias à parte vamos ao fato do cenário novo e a uma possível oportunidade do Brasil mostrar sua contribuição para este mundo multilateral que vem surgindo.

Oportunidade:

Se Obama quer mudar a visão que o mundo tem dos EUA de unilateral e um estado que ficou oito anos marcado pelo terror, medo e preferindo seu poder bélico ao invés do diplomático, o Brasil tem uma oportunidade de se destacar muito diplomaticamente com as ótimas relações que tem com Cuba e EUA.

Obama pretende fechar Guantánamo e aí está uma oportunidade de relacionamento direto entre os países com uma intermediação brasileira.

Aonde hoje é uma prisão marcada por desrespeitar os direitos humanos poderia ser usada para aproveitar umas das excelências cubanas, medicina, e ser transformado em um hospital com patrocínio e investimento dos EUA e outros países interessados, aproveitando não somente para reatar relações entre os dois países, como mudar a imagem belicista americana sendo criado centro médico para atender prioritariamente vitimas de conflitos, como o atual conflito entre "palestinos" e Israel, por exemplo.

Consegue imaginar dois países que romperam relações e estiveram a ponto de se destruírem diretamente construindo um centro médico de excelência com prioridades humanistas atendendo civis inocentes? Ninguém imaginaria também que um presidente negro seria eleito em um país que surgiu a Ku Klux Klan e sua cultura de supremacia WASP (White, Anglo-Saxon and Protestantwhite/ branco, anglo-saxão e protestante) justamente pela carencia de mudança.

Com um passo inicial, reatando relações, outro passo seria o embargo a Cuba e as eleições diretas, onde poderiam propor o fim do embargo e um prazo para o governo cubano mostrar como poderá responder aos anseios da população sem colocar a culpa no embargo americano pelas debilidades. Algo como a transição da Revolução Sandinista na Nicarágua (1979), onde o governo socialista colocou um prazo para demonstrar sua política e deixar a população escolher o que realmente queria por eleições diretas.

Seria uma forma de resolver dois impasses entre os dois países, resolver um problema cubano (embargo), um problema americano (moral diplomática) e um ótima oportunidade para o Brasil, como mediador e tendo ótimas relações com os dois países, demonstrar que tem muito para oferecer nessa nova perspectiva multilateralista que vem surgindo nos dias atuais.

Existira resistência e crítica, sim, de conservadores e dissidentes cubanos principalmente, porém, entre desagradar uma minoria e responder o anseio não apenas da população americana, mas do mundo, por boas mudanças a melhor alternativa está evidente.

Mesmo Obama não comentando muito sobre tirar o embargo, ou coisa do gênero, esta aí uma ótima oportunidade para o mundo que deseja tantas mudanças.

Quem ganha?

Cuba: ao ser comercialmente isolada de muitos países, Cuba passou e passa por situações econômicas complicadas desde o fim da URSS, seu maior investidor; e conseqüentemente, a população viver em uma situação incomoda, ainda mais agora que foi atingida pelo furacão Gustav.

EUA: deixando de ser um país focado no poderio bélico, unilateral e combate ao “terrorismo” e mudando seu foco para um lado totalmente humanista e diplomático, não impondo ordens mas contribuindo com soluções para um mundo que precisa muito de mudanças.

Brasil: provando que esta no mundo para contribuir cada vez mais efetivamente para melhoria do mundo com diplomacia. É conhecida a diplomacia brasileira e suas boas relações com diversos países e seu interesse de destaque cada vez maior no cenário internacional. Um ato de engajamento político, ou até empreendimento político desse mostraria que tem o dizer, e não somente o que pedir no cenário internacional atual!

O MUNDO: como disse, é conhecida excelência cubana na área médica, como também é conhecida a carência de civis feridos em conflitos que muitas vezes nem tiveram interesse de entrar no caso. E digo não apenas os civis, mas quem sabe com mudanças como estas cada vez mais pessoas carentes possam ser beneficiadas e principalmente veremos mudanças que muitos precisam e quase todos querem (digo quase porque sempre existe aquela minoria conservadora com medo de perder seu conforto ganho em cima dos carentes)!

Quem perde?

Aquela minoria já citada, conservadora e crítica de mudanças, muitas vezes por interesse individuais e não coletivo. Fora estes, alguém pode apontar quem mais poderia perder?

O mundo precisa de esperança, não apenas em idéias, mas principalmente em atos.

E por que não pode acontecer? Só não acontece se ficarmos calados e inertes.
O Brasil tem uma ótima oportunidade que eu desejaria muito ver realizado, não só pelo orgulho de ver o meu país contribuindo com o mundo, mas pelo orgulho de ver as idéias de esperança sendo transformadas em atos...

O mundo precisa disso.

Por:Marcos Rogério Pereira - Leitor do blog

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