A Justiça do Estado de São Paulo negou ontem novamente o pedido de habeas corpus de Caroline Pivetta da Mota, 24, presa após pichar as paredes da Bienal, no parque Ibirapuera.
Foi a segunda vez que ela teve a liberdade negada -a anterior foi na sexta. Ela está na Penitenciária Feminina de Santana (zona norte) há 53 dias. A decisão foi emitida na última segunda-feira pelo juiz Fernando Matallo, da 4ª Vara Criminal, e entrou ontem no sistema da Justiça do Estado.
Caroline foi presa em 26 de outubro, ao pichar com spray o prédio da Bienal. Com ela estavam cerca de 40 pessoas. "Estava me manifestando contra os desfavorecidos, os que não têm acesso àquela coisa toda [a arte da Bienal]", disse ela
Dois ministros já se manifestaram contrários à prisão dela. No último dia 9, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, pediu ao governador José Serra (PSDB) e ao presidente da Fundação Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa, que interviessem em favor da jovem. O governador José Serra (PSDB) disse que as coisas "não eram bem assim" .
Na segunda-feira, Paulo Vannuchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos), mencionou o banqueiro Daniel Dantas ao criticar a prisão de Caroline. "Ela está presa há 50 dias porque grafitou uma sala da Bienal de São Paulo, numa situação em que chamava de intervenção. O Daniel Dantas ficou preso muito menos tempo e por irregularidades muito maiores."
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