O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aprovou na sexta feira o repasse de mais R$ 5 bilhões para investimentos em projetos de infra-estrutura, como energia, transportes e portos. A autorização foi anunciada pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, após reunião do conselho, no Rio de Janeiro.
O dinheiro provém do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), criado no final de 2007 com aporte inicial de R$ 5 bilhões. Na semana passada o conselho já havia autorizado, por meio de resolução, outros R$ 5 bilhões, que, somados, totalizam R$ 15 bilhões.
Segundo o ministro, entre os projetos que receberão investimentos estão o novo terminal no Porto de Santos (SP), a hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, e a reforma na malha ferroviária da América Latina Logística (ALL).
"É a primeira vez que [o FGTS] está executando políticas de investimento, pois é um fundo criado para colocar dinheiro no mercado. Já temos R$ 12 bilhões comprometidos e o restante pode ser liberado conforme os pedidos", disse Lupi.
Com um patrimônio de R$ 216 bilhões, neste ano o FGTS financiou R$ 39 bilhões, incluindo projetos de saneamento e habitação. O custo do empréstimo FI-FGTS é baseado em juros de mercado, enquanto para as linhas de investimento normais do fundo é cobrado TR mais 3%.
Lupi considerou normal a ligeira alta na taxa de desemprego de novembro, divulgada hoje pelo IBGE, que ficou em 7,6%, ante 7,5% do mês de outubro.
"Normalmente, novembro e dezembro são meses de queda de empregabilidade. Este ano foi atípico, pois começamos batendo recordes até outubro, quando houve uma desaceleração, só que nós já tínhamos acumulado 2,147 milhões de novos empregos. Em novembro estou prevendo uma queda [nas contratações], porque, com a crise, muitas empresas ficaram com medo de contratar e outras demitiram, porque estavam com estoque muito alto", avaliou o ministro.
Apesar de reconhecer que algumas empresas enfrentam dificuldades, Lupi disse ser contra a flexibilização nas relações de trabalho.
"Sou contra a retirada de qualquer direito dos trabalhadores. Por que antes não se flexibilizaram os lucros, também? Por que na hora do prejuízo o trabalhador paga a conta? Está errado isso. Estávamos com lucros astronômicos do sistema bancário, dessas grandes multinacionais, do sistema siderúrgico. Ninguém procurou os trabalhadores para dividir os lucros", disse o ministro do Trabalho.
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