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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Parlamentares utilizam blogs para atrair novos eleitores


A política invadiu o mundo virtual. Cada vez mais, deputados e senadores lançam na internet suas páginas personalizadas. Sem cesuras, sem tempo e espaço predeterminado, os parlamentares encontraram uma nova maneira de seduzir o eleitor e divulgar o trabalho parlamentar. A ferramenta preferida é o blog, uma espécie de diário. Informal e com uma linguagem direta e totalmente parcial, o instrumento virou uma via para autopromoção, além de marcar protestos e provocar embates políticos que agitam a cena política.

O interesse dos congressistas pela internet se justifica pelo número de visitantes. Diariamente, de acordo com um levantamento informal da Câmara, páginas de políticos mais conhecidos chegam a registrar entre três e quatro mil acessos. Segundo os deputados e senadore, o caminho para a criação do espaço virtual acaba sendo o mesmo. Começa como um site, um lugar para armazenar artigos, ensaios e biografia. Depois, a tendência é que o autor poste um breve comentário e com a repercussão transforme seus relatos, pensamentos ou análises em um hábito.

Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), recorrer ao site e, especialmente, se empenhar na atualização do blog foi uma resposta a sua base eleitoral. O senador conta que costumava enviar cartas para os eleitores, mas descobriu que os e-mails e o texto no blog ampliam a quantidade de pessoas alcançadas. O pedetista, que chega a receber 150 e-mails por dia - sem considerar documentos de associações ou grupos de pressão - avalia que será impossível um político sobreviver sem se render a internet." Alguns anos a mais, o computador vai ser para o político, como o cavalo foi para o cavaleiro na idade média", pondera Cristovam, que contabiliza mais 1,2 milhão de visitas no blog.

O vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), reforça o discurso, mas também destaca que ainda há resistência aos blogs dos políticos como fonte de informação. "O usuário que busca nossas páginas sabem que opinamos sobre alguns assuntos, mas sempre seguindo a nossa tendência política". Os parlamentares evitam falar sobre quanto investem nos sites. Alguns, no entanto, afirmam que chegam a gastar mensalmente R$ 12 mil para manter a página. Justificam que aplicam os recursos em serviços de multimídia, como vídeos, áudio de entrevistas, rádios próprias e uma equipe para trabalhar exclusivamente na manutenção da web.

Ao que parece os sites políticos ainda não se renderam aos patrocínios. A página do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), no entanto, chama atenção. Depois que foi escolhido relator da medida provisória 443, que autoriza a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil a comprarem participações em instituições financeiras no país sem a necessidade de licitações, o deputado exibe em seu site a logomarca dos dois bancos. O deputado garante que não há relação." É uma forma de mostrar aos usuários que sou relator da proposta", sustentou.

No entendimento do vice-líder do DEM na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (BA), as páginas terão um papel fundamental no futuro no que diz respeito ao financiamento de campanha. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avalia liberar a doação pela internet na disputa eleitoral de 2010. Aleluia virou sensação entre os oposicionistas por ter colocado em seu site uma ampulheta com quantos dias faltam para o presidente Lula deixar o governo. Provações são facilmente encontradas nas páginas dos parlamentares e até ex-caciques políticos, como o ex-ministro José Dirceu.

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