O ministro da Justiça, Tarso Genro, rebateu ontem críticas de Gilmar Mendes, a operações da Polícia Federal. Tarso Genro disse que a PF não inventa investigações e que as críticas às operações policiais se referem a decisões de juízes. "Quando se faz crítica a uma operação de busca, essa crítica é feita a uma determinação do Judiciário. A PF não inventa buscas nem faz qualquer tipo de escuta por sua iniciativa. Temos que nos acostumar que temos uma polícia com autonomia para funcionar dentro da lei e ela não poupa esforços para investigar nem que sejam os seus", afirmou o ministro, referindo-se ao indiciamento do delegado Protógenes Queiroz por violação de sigilo.
Ele também minimizou as críticas de Gilmar Mendes. "Essas críticas são normais. Não há interferência do Judiciário na Polícia Federal a não ser as que se dão dentro do processo por decisão do juiz que recebe o inquérito". Genro afirmou ainda que a PF já sofre fiscalização externa. "A PF tem fiscalização permanente do Ministério Público. Essas opiniões são normais. Temos que receber com naturalidade."
Na semana passada, Mendes questionou o resultado de operações policiais para combater a impunidade. "Os senhores (jornalistas) têm um balanço, por exemplo, dessas operações (policiais)? Foram feitas tantas operações, objeto até de propaganda política: no governo tal se realizaram tantas operações. O que se resultou disso? Quantos foram condenados? Quantos bens foram apreendidos? Depois de seis, sete anos de tantas operações, era uma pergunta para se fazer", afirmou Mendes, em São Paulo.
Na opinião do ministro, não se combate ilegalidade cometendo ilegalidade, pois é possível a polícia "andar" dentro dos marcos institucionais legais. "A rigor, não há justificativa (para a polícia agir sem autorização judicial). O Estado dispõe de meios. É possível combater criminalidade e ilegalidade dentro dos marcos institucionais? Nós (do STF) temos respondido que sim, é possível", afirmou o ministro.
Tarso Genro esteve ontem no Rio para reunir-se com o superintendente regional da Polícia Federal, Valdinho Caetano, que deve assumir a corregedoria-geral da organização. Caetano afirmou que já recebeu convite do diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. Se for confirmado no cargo, o superintendente do Rio vai assumir as investigações sobre policiais que atuaram na Operação Satiagraha e o delegado Protógenes Queiroz.
Genro disse que o nome de Caetano é uma "hipótese real". "Ainda não há uma batida de martelo, mas, se depender de mim, será apoiado. Mas essas decisões têm um caráter muito técnico, então o ministro não pode se sobrepor ao diretor da PF", afirmou o ministro à saída do encontro.
Já o superintendente da PF no Rio disse ter recebido o convite na semana passada do diretor Luiz Fernando Corrêa. Sobre a chance de presidir as investigações contra Protógenes Queiroz, disse que "será uma missão como outra qualquer".
Genro e Caetano se reuniram por cerca de meia hora. Formalmente, o ministro afirmou que foi até o Rio para parabenizar Caetano pelas operações realizadas durante o período eleitoral e pedir informações sobre elas
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração