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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Dantas será condenado. Duelo de Protógenes contra a PF é que está acabando em pizza

Em dois eventos, um na OAB, em Niterói, na terça-feira e outro no Congresso Nacional, na quarta, o delegado Protógenes Queiroz começa, pouco a pouco, a colocar nos devidos lugares suas reais posições diante da corporação Polícia Federal. Coisa que ele estava em dívida diante do distinto público.

Suas acusações e suas insinuações causaram mal-estar na Polícia Federal, deu margem a acusações políticas contra o governo federal, e a todo tipo de especulação na imprensa, provocando grande desgaste.

A versão propagada é que o governo Lula o teria afastado do inquérito da Satiagraha para abafar o caso e terminar em pizza.

Colunistas como Paulo Henrique Amorim deitaram e rolaram falação contra o governo e a Polícia Federal aproveitando para destilar sua vingança contra intere$$es PRIVADOS contrariados na Brasil Telecom, quando vendida para a Oi.

Protógenes não desmentiu essas insinuações na imprensa, e, com isso, alimentou todo tipo de especulação e exploração política do caso.

Nada como um dia após o outro.

Agora, o próprio Protógenes considera normal seu afastamento da diretoria de Inteligência da Polícia Federal. E ele próprio disse que foi comunicado, pela diretoria de Recursos Humanos da PF, que será realocado para outro departamento compatível com o histórico que ele tem na instituição.

Diz acreditar que Daniel Dantas será condenado na segunda fase da Operação Satiagraha. Só duvida que Dantas permaneça na prisão, ou seja, nada a ver com pizza na PF, e sim com as mazelas do judiciário brasileiro, onde quem tem bons advogados (e bons juízes "amigos") recorrem até a prescrição do crime, ou até a morte do réu.

Antes tarde do que nunca, Protógenes reconhece que seu sucessor na Satiagraha, o delegado Ricardo Saadi, manterá o mesmo rumo das conclusões de seu trabalho. O que desmente o que anda escrevendo o blogueiro Paulo Henrique Amorim.

Protógenes negou que pretenda entrar para a vida política:

- Eu sou candidato à missão que a Polícia Federal me designar - afirmou ao ser questionado por jornalistas se a visita aos parlamentares seria um sinal de que pretende disputar um cargo eletivo.

Ora, ora... A direção da PF continua a mesma, e Protógenes quer servir à instituição. Um discurso bem diferente do que foi publicado em julho / agosto, quando acusaram a direção da PF de estar corrompida. Protógenes nunca chegou a dizer isso diretamente, mas gente como Paulo Henrique Amorim praticamente colocou essas palavras na boca do delegado, e ele nunca havia apresentado um desmentido.

Agora, o delegado negou que a PF esteja passando por uma crise. Segundo ele, não é a PF que atravessa uma crise, mas é o país que vive uma crise institucional. Essa declaração veio tarde. Seu silêncio nos meses anteriores, indica que trabalhou para provocar a queda de diretores da PF. Não conseguiu, agora ajusta o discurso à pacificação com seus chefes.

Minha opinião:

Protógenes desafiou alguns de seus chefes para um duelo. À medida que a hora do duelo ia chegando e viu que o outro duelista poderia ser melhor atirador, dá um jeito de negociar o cancelamento do duelo.

Provavelmente ele entrou em acordo com a direção da PF, negociando limites de punição.

Não acho que seria justo punir Protógenes como foi dito na imprensa com penas que poderiam chegar a 3 anos de prisão. Ele não se corrompeu, e bem ou mal, foi obstinado e cumpriu seu dever, avançando o sinal às vezes em relação às regras na PF, mas aparentemente manteve-se dentro da legalidade.

Porém acho que reprimendas internas por indisciplina, por fazer política dentro da PF, talvez por chamar a Globo para se promover, são merecidas. Isso no âmbito administrativo da PF.

O presidente Lula foi criticado por não tomar partido de Protógenes. Mas onde já se viu alguém interferir a favor de um dos lados entre dois duelistas? As decisões de afastar Protógenes foram da direção da PF. O governo Lula sempre procurou dar independência para a Instituição, desde que trabalhando corretamente.

Aqui no blog, dissemos na época, que tomar partido de Protógenes contra seus pares na PF, seria desautorizar toda a direção e levá-los à demissão ou perda de controle hierárquico sobre todos os demais delegados. A partir daí apareceriam "delegados Brunos" pra todo lado.

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