Em dois eventos, um na OAB, em Niterói, na terça-feira e outro no Congresso Nacional, na quarta, o delegado Protógenes Queiroz começa, pouco a pouco, a colocar nos devidos lugares suas reais posições diante da corporação Polícia Federal. Coisa que ele estava em dívida diante do distinto público.
Suas acusações e suas insinuações causaram mal-estar na Polícia Federal, deu margem a acusações políticas contra o governo federal, e a todo tipo de especulação na imprensa, provocando grande desgaste.
A versão propagada é que o governo Lula o teria afastado do inquérito da Satiagraha para abafar o caso e terminar em pizza.
Colunistas como Paulo Henrique Amorim deitaram e rolaram falação contra o governo e a Polícia Federal aproveitando para destilar sua vingança contra intere$$es PRIVADOS contrariados na Brasil Telecom, quando vendida para a Oi.
Protógenes não desmentiu essas insinuações na imprensa, e, com isso, alimentou todo tipo de especulação e exploração política do caso.
Nada como um dia após o outro.
Agora, o próprio Protógenes considera normal seu afastamento da diretoria de Inteligência da Polícia Federal. E ele próprio disse que foi comunicado, pela diretoria de Recursos Humanos da PF, que será realocado para outro departamento compatível com o histórico que ele tem na instituição.
Diz acreditar que Daniel Dantas será condenado na segunda fase da Operação Satiagraha. Só duvida que Dantas permaneça na prisão, ou seja, nada a ver com pizza na PF, e sim com as mazelas do judiciário brasileiro, onde quem tem bons advogados (e bons juízes "amigos") recorrem até a prescrição do crime, ou até a morte do réu.
Antes tarde do que nunca, Protógenes reconhece que seu sucessor na Satiagraha, o delegado Ricardo Saadi, manterá o mesmo rumo das conclusões de seu trabalho. O que desmente o que anda escrevendo o blogueiro Paulo Henrique Amorim.
Protógenes negou que pretenda entrar para a vida política:
- Eu sou candidato à missão que a Polícia Federal me designar - afirmou ao ser questionado por jornalistas se a visita aos parlamentares seria um sinal de que pretende disputar um cargo eletivo.
Ora, ora... A direção da PF continua a mesma, e Protógenes quer servir à instituição. Um discurso bem diferente do que foi publicado em julho / agosto, quando acusaram a direção da PF de estar corrompida. Protógenes nunca chegou a dizer isso diretamente, mas gente como Paulo Henrique Amorim praticamente colocou essas palavras na boca do delegado, e ele nunca havia apresentado um desmentido.
Agora, o delegado negou que a PF esteja passando por uma crise. Segundo ele, não é a PF que atravessa uma crise, mas é o país que vive uma crise institucional. Essa declaração veio tarde. Seu silêncio nos meses anteriores, indica que trabalhou para provocar a queda de diretores da PF. Não conseguiu, agora ajusta o discurso à pacificação com seus chefes.
Minha opinião:
Protógenes desafiou alguns de seus chefes para um duelo. À medida que a hora do duelo ia chegando e viu que o outro duelista poderia ser melhor atirador, dá um jeito de negociar o cancelamento do duelo.
Provavelmente ele entrou em acordo com a direção da PF, negociando limites de punição.
Não acho que seria justo punir Protógenes como foi dito na imprensa com penas que poderiam chegar a 3 anos de prisão. Ele não se corrompeu, e bem ou mal, foi obstinado e cumpriu seu dever, avançando o sinal às vezes em relação às regras na PF, mas aparentemente manteve-se dentro da legalidade.
Porém acho que reprimendas internas por indisciplina, por fazer política dentro da PF, talvez por chamar a Globo para se promover, são merecidas. Isso no âmbito administrativo da PF.
O presidente Lula foi criticado por não tomar partido de Protógenes. Mas onde já se viu alguém interferir a favor de um dos lados entre dois duelistas? As decisões de afastar Protógenes foram da direção da PF. O governo Lula sempre procurou dar independência para a Instituição, desde que trabalhando corretamente.
Aqui no blog, dissemos na época, que tomar partido de Protógenes contra seus pares na PF, seria desautorizar toda a direção e levá-los à demissão ou perda de controle hierárquico sobre todos os demais delegados. A partir daí apareceriam "delegados Brunos" pra todo lado.
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