Não há lugar pior para um delegado da Polícia Federal buscar apoio na luta contra a corrupção do que no atual Congresso Nacional. Basta ver o prontuário da maioria dos Senadores.
Pois foi ali que Protógenes Queiroz esteve nesta quarta-feira.
Esteve no gabinete do Senador José Nery (PSOL/PA). Até aí tudo bem, o delegado escolheu o PSOL como aliado preferencial, é seu direito fazer suas opções políticas.
O problema é o restante dos senadores participantes da reunião: Pedro Simon (PMDB-RS), Romeu Tuma (PTB-SP), Wellington Salgado (PMDB-MG) e Eduardo Suplicy (PT-SP). Também participaram três deputados do PSOL: Luciana Genro (RS), Ivan Valente (SP) e Chico Alencar (RJ).
Pedro Simon continua apoiando o governo de Yeda Crusius, atolado na corrupção do Detran, da compra da mansão, e diversos outros esquemas. Seu PMDB continua participando do governo gaúcho em cargos, com pleno apoio de Simon.
Romeu Tuma é amigo do delegado Paulo Lacerda, de quem foi chefe na PF anos atrás. Mas enquanto Paulo Lacerda deu nova feição à PF, Tuma é do tempo em que a PF só prendia preto, pobre e prostituta. Com corruptos do colarinho branco aliados do governo de plantão, a PF do Tuma não mexia. Além disso Romeu Tuma está no PTB, mas foi eleito senador pelo PFL (DEMo), o partido mais próximo de Daniel Dantas, ao lado dos tucanos.
Wellington Salgado não tem denúncias de corrupção como propinas, mas suas empresas tinham autuação da Receita Federal, cobrando impostos não pagos.
Sobre Eduardo Suplicy também não pesa acusações de corrupção, mas o problema dele é outro: anda se deixando, ainda que involuntariamente, ser usado pela oposição ao governo federal.
Luciana Genro (RS), Ivan Valente (SP) e Chico Alencar (RJ), que se saiba não não corruptos, mas tem uma carreira política extensa o bastante para negarem que nunca viram um caixa-2 de campanha na vida. Além disso, a principal líder do PSOL, Heloísa Helena, responde a processo de cobrança de impostos sonegados, quando era deputada estadual.
Se Protógenes quer de fato se candidatar em 2010, está aprendendo a ter estômago de avestruz e jogo de cintura político e de tolerância com a corrupção, nestes encontros no Congresso.
Se quer continuar sendo policial, seria melhor se manter o mais longe possível dessa gente.
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