Parabéns pela luta: Marta, Rosário, Pinheiro, Dino, Margarida, Marroni, Siraque, Rillo e Militância

O resultado das urnas no Brasil foi muito bom para a base aliada do presidente Lula, inclusive para o PT. Muitas prefeituras conquistadas (a maioria que disputou), e muitas que não foram, significaram avanços com expressiva votação.

Mas essa nota é para falar daqueles que não levaram as prefeituras, mas lutaram com bravura. Se não houve vitória sobre o adversário, houve a vitória de levar mensagens, de plantar e construir projetos políticos que se não germinaram nestas eleições, germinarão nas eleições futuras. E eleição acabou, mas as necessidades políticas continuam permanentes.

PT e PCdoB de Marta, Rosário, Pinheiro, Dino, Margarida, Marroni, Siraque, Rillo, mantiveram-se como segunda força política, como liderança da oposição, obrigaram seus adversários a abraçarem teses que são suas, dizerem-se adeptos do governo federal de Lula desde criancinhas, e copiarem seus governos, beneficiando a população (ainda que a cópia seja rudimentar e muito incompleta).

Aqueles que não foram vitoriosos, fizeram uma campanha propositiva, aguerrida, cobrando políticas populares, obrigando os adversários a se comprometerem com elas. Se vão cumprir ou não, são outros quinhentos.

Da campanha de Marta que acompanhamos mais de perto no segundo turno, certamente ainda há muitas críticas a serem feitas num balanço, para evitar erros no futuro. Certamente algumas outras ações, principalmente no primeiro turno, poderiam ter levado a um resultado diferente.

Mas antes das críticas, vem as honrarias aos que lutaram e não se renderam antes da abertura das urnas. A campanha de Marta foi mal no 1o. turno, foi passiva, esperou as coisas caírem no colo. No segundo turno, pegou no tranco. Marta foi guerreira e parte da militância reagiu, se engajando. Todos aqueles que lutaram e ajudaram Marta a representar a voz de 2.452.527 paulistanos, merecem todas as honrarias, e todos esses 2,45 milhões de votos são pelo projeto político de Marta.

Se há a tristeza da vitória de Kassab, pelo que ele representa de pior em relação à Marta para o paulistano, há o sentimento do dever cumprido com honra daqueles que lutaram para politizar o debate na campanha, discutir os problemas dos cidadãos (sobretudo os mais necessitados), mostrar diferenças de projetos, de concepções, de história, de rumos - mesmo lutando contra circunstâncias adversas. Contra as máquinas municipal e estadual, contra o PIC e o PIG, contra o (in)justiça eleitoral, contra o poder econômico, e até contra o preconceito e subserviência do "fogo amigo".

Muita gente que não votou em Marta, e votou em Kassab por intuição, certamente escutaram como poderia ser melhor governada se Marta fosse a prefeita. Não deram seu voto de confiança hoje. Preferiram a melhor propaganda de Kassab, mas amanhã ou depois cobrarão. O troco virá em 2010 e 2012.

Já que Kassab continua prefeito e é um dos últimos "coronéis" dos DEMos (ao lado de José Roberto Arruda), estamos na oposição, e Kassab, Serra e sua turma não terão refresco conosco, desde já.