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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A hora da militância fazer a diferença

As pesquisas são um indicador para orientar as campanhas. Mas elas precisam ser lidas corretamente.

Se fizerem uma pesquisa sobre qual sabão em pó um consumidor quer comprar, muitos vão citar a marca que faz propaganda maciça na TV nos últimos dias (sobretudo quem não faz as compras em casa).

Mas na hora de decidir a compra, o consumidor olha na prateleira do supermercado o preço, as promoções, compara com as marcas tradicionais de sua confiança, e muitas vezes compra outra marca diferente do que ele disse na pesquisa.

Ou seja, avalia custo-benefício e confiança.

Nestas eleições, em muitas cidades, está acontecendo o mesmo.

A maioria dos eleitores está respondendo às pesquisas, pelo que ele conhece vagamente. A decisão do voto de fato se dará nos últimos 3 dias, justamente quando acaba o assédio da propaganda eleitoral gratuíta.

Será na hora em que o eleitor for pegar o título guardado na gaveta, conversar em família em quem irão votar... é aí que muitos votos serão decididos de fato.

Candidatos com história bem definida e bem conhecidas tem votos consolidados nas pesquisas e mais chances de virar votos a seu favor.

Por isso a hora é da militância. É a militância quem dissemina os argumentos e refresca a memória dos eleitores que acompanham o processo eleitoral com pouco interesse e decidem de última hora.

São esses argumentos que são conversados em família ou entre amigos na hora que conversarem em quem irão votar. E aí é importante estar bem informado e ter argumentos que justifiquem um voto.

O site dos candidatos tem a função de informar programas de governos, porém os auto-elogios são sempre suspeitos.

A blogosfera, fóruns e comunidades virtuais tem papel fundamental na formulação e disseminação destes argumentos. Uma consulta aos arquivos dos blogs (incluindo os comentários) da preferência de cada cidadão ajuda a encontrar os argumentos para votarem ou não em algumas candidaturas.

A propaganda no horário eleitoral na TV está tomando gradualmente o caminho do PIG, e deixando de "formar opinião". Porém, na ausência da militância, a TV ainda influi. Sobretudo, em cidades onde o eleitor não percebe diferenças significativas entre as candidaturas (ainda que injustamente, achando que os políticos são todos iguais).

A militância não é só dos filiados a partidos. É de qualquer cidadão de boa vontade que quer o melhor para sua cidade e seu país.

Todos podem conversar com amigos, parentes, no mundo real e no virtual, levantar a bola em comunidades como o Orkut, pergundo em quem cada um irá votar e declarando seu voto e argumentando os motivos de seu voto.

Enviar emails, só personalizados e bem justificados (não enviem listas e spam, somente enviem a quem seja de seu círculo pessoal, que você tenha liberdade de tocar no assunto, e que não vá encher a paciência pedindo votos).

É importante dialogar que o que está em jogo não é projetos pessoais de candidatos e suas assessorias, e sim:

- o bem da cidade e da população
- comparar projetos de governo
- comparar progressistas contra neoliberais e suas consequências na vida do cidadão comum para a educação, saúde, tarifas e segurança pública.
- comparar o histórico e atitudes do passado dos candidatos para ver se tem credibilidade para prometerem o que estão prometendo, mesmo que as promessas pareçam maravilhosas.

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