Índice de julho, de 0,7%, foi o maior apurado desde 2004 pelo IBGE; o acumulado de 12 meses foi de 2,8%
A aceleração da atividade industrial impulsionou o mercado de trabalho, que iniciou o segundo semestre com aumento no ritmo de contratações. O emprego industrial subiu 0,7% em julho ante junho deste ano, o maior crescimento mensal apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde maio de 2004. Ante julho de 2007, houve expansão de 2,8%, completando 25 meses consecutivos de acréscimos nesta base de comparação.
economista Isabella Nunes, da coordenação de indústria do IBGE, observou que o bom desempenho do mercado de trabalho industrial em julho responde a uma aceleração na produção do setor nos últimos dois meses. Segundo ela, o emprego na indústria interrompeu, no início deste segundo semestre, a imobilidade que havia marcado o primeiro semestre e mostrou um ritmo mais acelerado de crescimento.
“A indústria mostrava estabilidade em patamar elevado no mercado de trabalho e agora registra aceleração no emprego, que responde a um ritmo mais forte do setor”, disse. Para Ariadne Vitoriano, da Tendências Consultoria, “o setor industrial continuou a apresentar bons resultados em julho, o que se refletiu em dados favoráveis para o mercado de trabalho no setor”.
Mas para os analistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), não há tanto vigor nos resultados. Em relatório, eles avaliam que a alta do emprego foi concentrada regionalmente e em alguns setores e, além disso, a variação de 2,8% em julho foi inferior à apurada, por exemplo, no primeiro trimestre (3,2% ante igual período do ano passado).
Isabella observou que, além dos setores que vêm puxando a ocupação industrial, mas não estão entre os mais empregadores - como máquinas e equipamentos e veículos automotores -, em julho houve destaque também para a atividade de minerais não metálicos (vinculada à construção civil e que registrou aumento de 21% ante julho de 2007), intensiva em mão-de-obra e que ajudou a acelerar os resultados do mercado de trabalho da indústria.
Ela destacou que, dos 18 segmentos pesquisados, 13 aumentaram o número de trabalhadores em julho ante igual mês do ano passado. O crescimento atingiu também 11 das 14 regiões, com destaque para São Paulo (4,3%, maior influência positiva no indicador, por causa do peso de cerca de 40% do Estado na pesquisa) e Minas Gerais (6,6%).
Segundo Isabella, os dados do número de horas pagas em julho, com aumento de 0,7% ante junho e de 2,7% ante igual mês do ano passado, podem configurar uma tendência de “aumento de estoque de pessoal mais a frente”, mas só os dados dos próximos meses poderão confirmar essa perspectiva. Segundo ela, outro indicador que mostra tendência positiva é o índice de média móvel trimestral, que mostra aumento de 0,4% no trimestre encerrado em julho ante o terminado em junho.
A folha de pagamento real da indústria também mostrou resultados expressivos em julho, com aumento de 1,7%, ante junho, e de 6,9%, ante julho do ano passado. Isabella explicou que os segmentos que mais contratam são também os que pagam os maiores salários, o que influencia positivamente os dados da massa salarial do setor.
Houve aumento da folha em 13 de 18 segmentos investigados, com destaque para meios de transporte (16,9%, inclui automóveis), produtos químicos (16,6%) e máquinas e equipamentos (8,3%). Todas as 14 regiões registraram expansão, com destaque para o Estado de São Paulo (7,5%
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