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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Morro da Providência: Juiz volta atrás e permite obras pelo Ministério das Cidades

O Juiz Fábio Uchoa, que havia embargado as obras, recebeu moradores do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, e voltou atrás.

Decidiu, na noite de quarta-feira, que os moradores junto com a Construtora Edil (a mesma que tocava as obras licitadas pelo Comando Militar do Leste) poderão continuar as obras.

O juiz declarou não ver qualquer impedimento na conclusão feita em parceria pelos moradores e pela construtora, uma vez que a decisão judicial referia-se ao uso eleitoral do projeto e que a Edil já vencera a licitação para a obra.

Então para quê o juiz aprontou essa confusão toda de embargar as obras? Na prática o juiz admitiu seu erro.

Na quinta-feira, a presidente da associação de moradores vai a Brasília solicitar ao Ministério das Cidades a liberação da verba prevista para a obra. Independente disto a construtora se prontificou a acabar as casas inacabadas, caso o juiz autorize.

Ou seja: na prática continua tudo como era antes, apenas sem a presença de militares do exército no local.

Melhor assim, para os trabalhadores, que não perderão seus empregos, e para os moradores que não terão as obras em suas casas atrasadas.

Mas com a decisão do juiz tira a presença da autoridade do Estado na comunidade.

Os traficantes "exilados" do morro ficam eternamente gratos à decisão do judiciário, que abre caminho para voltarem para casa e reabrirem as "bocas-de-fumo".

Quem sabe até assumir o "comando informal" das obras. Na lei do morro, sem a presença do Estado, traficante que pode manda, trabalhador e construtora que tem juízo, obedece.

As decisões politiqueiras e atabalhoadas da justiça submetendo-se a pressões da Globo e do prefeito César Maia, tem tudo para acabar em uma nova tragédia anunciada, caso o governador Sérgio Cabral não coloque a polícia Militar para fazer o trabalho de dissuação que o exército fazia.

Não será surpresa nenhuma se presenciarmos guerra de facções criminosas rivais para tomada dos pontos de venda de drogas (entre a facção CV que deve voltar para a Providência e a ADA do outro morro - da Mineira - onde os 3 jovens foram assassinados).

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