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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Investigação deve ser concluída em agosto


O juiz suíço Ernst Robunder, de Zurique, quer concluir até agosto a investigação contra membros do grupo industrial francês Alstom por "corrupção e lavagem de dinheiro". Executivos da empresa são suspeitos de ter pago propinas de vários milhões de dólares para obter contratos na América Latina e na Ásia entre 1995 e 2003 O Ministério Público da Confederação Suíça confirmou que está fazendo uma investigação relacionada a aquisição de material de infra-estrutura nas duas regiões. Um suíço também está envolvido no escândalo, mas seu nome não foi revelado.

As autoridades suíças é que teriam alertado a justiça francesa em maio de 2007 sobre o caso. Magistrados franceses interrogaram executivos do grupo, incluindo membros da direção jurídica, mas a Alstom não teria sido até agora visada formalmente por nenhuma acusação.

Representantes da subsidiária brasileira não quiseram se manifestar sobre o caso. A matriz, por meio de um porta-voz, Philippe Kasse, afirmou que as informações da reportagem do "The Wall Street Journal" não passam de "especulação". De acordo com Kasse, Charles Mignot e Yves Barbier, que admitiram à polícia suíça terem pago propina em processos de licitação na América Latina, não fazem mais parte do quadro de funcionários da Alstom.

O porta-voz admitiu que funcionários da Alstom foram ouvidos por autoridades policiais suíças, sob condição de testemunhas. A empresa não teria sido procurada pela polícia brasileira para prestar esclarecimento. Kasse informou que o clima é de calma na companhia, que não teme que o episódio prejudique contratos em rigor nem fira a imagem da empresa em futuros processos de licitação.

No Brasil, a Alstom detém uma série de negócios, entre eles a participação de 23% no consórcio Via Amarela, que venceu em 2003 a licitação internacional promovida pelo Metrô para a Linha 4. O consórcio preferiu não se manifestar, bem como os demais parceiros e empresas do setor ferroviário. O cargo de presidente da Alstom no Brasil está vago. Aloisio Vasconcelos se desligou da empresa há cerca de um mês.

No ano fiscal encerrado em março último, a Alstom apresentou ordens de ? 32 bilhões de euros, faturamento de ?14,2 bilhões de euros e lucro de ? 448 milhões de euros. Possui 66 mil funcionários espalhados por 70 países. No Brasil, o último dado disponível mostra faturamento de R$ 1,9 bilhão no ano fiscal 2006/2007 .

O banqueiro Oskar Holenweger, de Zurique, teria sido o agente do grupo francês no pagamento das propinas de milhões de dólares para obter vários contratos entre 1992 e 2002 na América Latina e Ásia. Ele foi chefe do Tempus Privatbank até 2004. O jornal "Le Temps", de Genebra, diz que o Ministério Publico suíço investigava em janeiro de 2004 sobre os vínculos entre o banco e o cartel de Medellín quando descobriu, quase por acaso, nove dossiês escondidos com uma secretária do banco, estabelecendo a ligação entre Oskar Holenweger e Alstom.

O Ministério Publico suíço informou que está agora investigando um cidadão Brasileiro, mas não mencionou nome.(Valor Econômico)

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