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terça-feira, 20 de maio de 2008

Alvaro Dias pede a assessor que incrimine Dilma e Erenice

Alvaro Dias e seu fiel escudeiro, André Fernandes, jogam hoje uma cartada decisiva para afastar a ministra Dilma do Palácio do Planalto. Alvaro Dias, não está sozinho nessa "missão". Recebe orientações do chefe bando, Fernando Henrique Cardoso, com o aval, de José Serra, o mais interessado no desgaste da ministra. Ontem o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, saiu em defesa de Erenice Guerra, "não há hipótese alguma" de Erenice ser afastada do governo, disse Múcio.

Detalhes discutidos em um almoço entre o ex-secretário de controle interno da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires e André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), serão usados hoje por André Fernandes em seu depoimento à CPI dos Cartões para implicar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e a secretária-executiva Erenice Guerra. A conversa, segundo conta a Folha de São Paulo, foi gravada por André Fernandes.

Ainda segundo a Folha, o almoço, no Clube Naval, em Brasília, foi testemunhado por Nélio Lacerda Wanderlei, diretor do Ministério do Planejamento, que seria amigo de ambos, e ocorreu dias depois de Aparecido ter enviado o e-mail a André Fernandes.

O relato do almoço está no depoimento do assessor de Álvaro Dias na PF. Na conversa,que André Fernandes gravou, questiona Aparecido sobre a produção do dossiê. Aparecido teria responsabilizado a ministra e sua secretária-executiva. "Isso é coisa da Dilma e da Erenice."

Amigos próximos a Aparecido disse que foi vítima de uma "armadilha" e traído por um amigo de quase 20 anos. "O PT é o partido pelo qual compartilho os ideais de justiça e de uma sociedade mais justa e democrática", afirmou Aparecido, por meio de seus advogados, ao justificar que não faria nada contra o governo Lula. Ele é filiado ao PT desde a década de 80.

Os parlamentares da CPI dos Cartões foram avisados pelo delegado da Polícia Federal de que não poderão, ao inquirir hoje José Aparecido Pires e André Fernandes, citar trechos literais dos depoimentos de ambos à PF, aos quais terão acesso, horas antes, em sessão secreta.

O assessor de Álvaro Dias será o primeiro a depor hoje. A presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), decidiu seguir a mesma ordem da PF nos depoimentos e que um não terá conhecimento do conteúdo da fala do outro. Se houver contradição, será votado pedido de acareação para ocorrer ainda hoje.

André Fernandes, promete levar "provas materiais" de como teve acesso ao suposto dossiê. Disse ele que vai fornecer aos membros da CPI o conteúdo dos e-mails trocados com Aparecido para refutar a tese de que o vazamento se deu "por descuido".

Parlamentares da base aliada vão tentar inverter a ordem para que Aparecido fale primeiro e minimize o impacto das revelações de André. O ex-secretário vai repetir na CPI o que disse na PF, que não poderia comentar sobre a participação de Dilma e Erenice. Ele afirmou que recebeu de Norberto Temóteo, secretário de administração da Casa Civil, o pedido para ceder dois servidores para ajudar na elaboração do dossiê.A PF pretende ouvir Temóteo ainda esta semana. A CPI votará amanhã requerimento para convocar ele e Marcelo Veloso, funcionário da Casa Civil que gravou em um pen drive o banco de dados para Aparecido.

O Supremo Tribunal Federal concedeu habeas corpus para que o ex-secretário não possa ser preso durante o depoimento na CPI, mesmo se recusar a assinar o termo de dizer a verdade na sessão. Ele também pode ficar em silêncio.

O ministro Carlos Ayres Britto ao conceder liminar a Aparecido disse: "Faço para garantir ao paciente o amplo exercício da garantia constitucional de não auto-incriminação".

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