A pedido da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a Polícia Federal vai investigar o vazamento do dossiê. A Polícia Federal abriu, ontem, o inquérito que vai apurar o vazamento sobre gastos com cartões corporativos nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.
As investigações serão chefiadas pelo delegado Sérgio Barboza de Menezes, segundo homem na hierarquia de comando na Superintendência de Brasília. O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que a Polícia Federal vai concentrar as investigações no vazamento do dossiê.
O foco é o vazamento, a violação dos computadores e o possível envolvimento de funcionários do Palácio do Planalto com a quebra de sigilo funcional, mas a apuração pode não ficar restrita a essas três linhas. Subordinado apenas ao judiciário depois que o inquérito é instaurado, o delegado tem liberdade para direcionar a investigação para qualquer lado, desde que surjam indícios de outros delitos, como o objetivo do vazamento.
O delegado Sérgio Barboza de Menezes, anunciou que poderá ouvir também políticos que tiveram seus nomes citados no caso.
Um deles é o deputado Raul Jungmann, ex-ministro da Reforma Agrária do governo FH. Ele é citado no levantamento de gastos e, na semana passada, pediu a abertura de inquérito por meio de ofício encaminhado à Polícia Federal em Pernambuco
Jungmann já virou alvo de auditoria aberta ontem pela Controladoria Geral da União (CGU) para apurar gastos com massagem em hotel de luxo no Rio de Janeiro e alimentação em Brasília, incompatíveis com a natureza dos cartões corporativos ou pelos gastos tipo B, que prevê ressarcimento de notas fiscais(Jungmann não tinha). Se o deputado não justificar as despesas, a CGU vai pedir a devolução do dinheiro, como fez com os ministros de Lula .
O deputado ficou sabendo da auditoria pelo ministro Jorge Hage, da CGU, e divulgou nota a imprensa ontem. Na nota que distribuiu, não explica os gastos, mas pediu que o procedimento seja estendido a outros ministros do atual governo e às contas do próprio Presidente Lula.
O anúncio da investigação a ser feita pela PF, no entanto, não diminuiu a disposição dos oposicionistas em busca de holofote e de votos daqueles desprovidos de inteligência. PFL/DEM e PSDB, dizem que vão criar ainda essa semana uma nova CPI no Senado para, investigar o que já está sendo investigado na câmara.
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