Em ofício encaminhado ao ministro, Serra defendeu maior agilidade nas obras para garantir o abastecimento de energia no Estado e disse que a situação é preocupante, pois o consumo em São Paulo cresce 4% ao ano, porcentual superior à capacidade atual da rede. Só no mês de março, houve tres incêndios em subestações de transmissão de energia elétrica em São Paulo
Dois incêndios em duas subestações de transmissão de energia elétrica em São Paulo, da CTEEP e da Bandeirante Energia, de Guarulhos, as duas privatizadas, deixaram no prejuízo 1,5 milhões de pessoas, na quarta-feira. Para o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Antonio Salim, a falta de manutenção e a redução de funcionários foram a causa do acidente. “O descaso, novamente, provocou explosões no sistema”, afirmou
Dois incêndios ocorridos após explosão de transformadores da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), privatizada em junho de 2006, e da Bandeirante Energia, de Guarulhos, também privatizada, castigaram a população da capital e da Grande São Paulo na quarta-feira (9). A transmissão de energia para cerca de 400 mil imóveis foi interrompida, prejudicando um milhão e meio de pessoas, os semáforos foram desligados, ocasionando o recorde de 155 km de congestionamentos na cidade, e a linha azul do metrô de São Paulo ficou parada durante mais de uma hora.
O primeiro incêndio ocorreu na subestação de energia elétrica da CTEEP, na Vila Pirituba, zona Norte de São Paulo. O fogo paralisou a transmissão de energia para 300 mil residências, atingindo 24 bairros de São Paulo. Mais tarde, um outro incêndio ocorrido na Subestação Bandeirante, atingiu as torres da Estação de Transformação de Distribuição, no centro de Guarulhos, na Grande São Paulo o que ocasionou o corte de energia para 67 mil casas, em 20 bairros. O terceiro, incêndio foi na noite de quinta-feira (10) atingiu a subestação de Guarulhos, localizada na Avenida Monteiro Lobato com a Rua Henrique, deixando 20 bairros sem energia elétrica
“O descaso, novamente, provocou explosões no sistema”, declarou em nota, o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Stieesp), Antonio Carlos dos Reis, conhecido como Salim. Para ele, os apagões correntes são retrato da desatenção com que as empresas privadas tratam a transmissão de energia em São Paulo. “Esses acontecimentos serão cada vez mais constantes se as empresas continuarem a não investir em manutenção preventiva dos equipamentos e insistirem em diminuir o quadro de funcionários”, declarou Salim.
Salim demonstrou claramente a política de demissão praticada pela CTEEP após a privatização. “Haviam 3 mil funcionários antes da CTEEP ser vendida, hoje são 1,3 mil”, denunciou o presidente.
Em março deste ano um acidente semelhante ao da última quarta-feira, também devido à explosão de transformadores da CTEEP, ocorreu em São Paulo. Na ocasião, 3 milhões de pessoas ficaram sem energia em 21 bairros na capital e em parte dos municípios de Taboão da Serra e Embu. O vice-presidente do Stieesp, Carlos Alberto dos Reis, já havia alertado que, se as devidas providências não fossem tomadas, novos apagões iriam acontecer. “Sem o quadro suficiente, a vistoria dos equipamentos está sendo negligenciada e, se nada for feito, novos apagões vão se repetir”, declarou, na época, o sindicalista.
A CTEEP foi entregue à colombiana Interconexión Eléctrica S.A. (ISA) no ano de 2006, em um dos maiores escândalos da privatização. Na época do leilão, a empresa foi avaliada em R$ 16 bilhões, mas foi “doada” à estrangeira por apenas R$ 1,193 bilhão. Para concretizar a venda, o então presidente da estatal, José Sidnei Colombo Martini, foi enviado pelo governo paulista, cinco meses antes da venda, a uma reunião com a diretoria da ISA, em Bogotá. Episódio que demonstra o objetivo pré-estabelecido de entrega do patrimônio público paulista.
A partir da privatização, a CTEEP passou a contabilizar queda na qualidade de serviços, demissões em massa e cobrança de tarifas exorbitantes, tudo associado a uma margem de lucro cada vez maior. Segundo suas demonstrações contábeis, durante o ano de 2007, a empresa registrou lucro líquido de R$ 855,483 milhões, o que representa um aumento de 630% em relação ao ano de 2006. Atrelado e em contraponto à isso, a empresa reduziu em 63% as despesas com serviços de operação.
Os diversos apagões que vêm ocorrendo em São Paulo demonstram os malefícios trazidos pela administração que vem governando o estado há 12 anos. A entrega das estatais ao capital privado já demonstrou que não traz benefícios à população, pelo contrário, caracteriza-se pela subavaliação do valor das empresas, pela queda de qualidade nos serviços que devem ser oferecidos à população e pela cobrança de tarifas exorbitantes com a finalidade de abarrotar os cofres das empresas estrangeiras.
Um exemplo de que a população paulista já se deu conta desses malefícios foi, recentemente, a derrubada da privatização da Companhia Energética de São Paulo (CESP), com a mobilização ampla da população, através do movimento sindical, estudantil, movimentos sociais, partidos políticos e parlamentares. (Com invormações do Jornal Hora do Povo)
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