Assessores do governo informou que Lula vai relançar edital para a compra de 150 mil notebooks para 300 escolas públicas entre dois e três meses. O Ministério da Educação contratou a Fundação Getulio Vargas para criar um novo termo de referência para a aquisição das máquinas, contou ontem César Alvarez, responsável no governo federal por coordenar todos os projetos de inclusão digital.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) realizou dois pregões eletrônicos sem conseguir se aproximar do preço de referência. Na segunda concorrência, no fim do ano passado, a Positivo Informática venceu com R$ 98,180 milhões, o equivalente a R$ 654 por aluno. No entanto, a oferta ficou muito acima das expectativas do governo, mesmo depois de algumas negociações. Sem chegar em um acordo, o FNDE decidiu oficialmente cancelar o pregão no início de fevereiro.
O valor contabiliza envio, instalação, suporte técnico, configuração de servidor e três anos de garantia. "Podemos diminuir o prazo de garantia para um ano e até conseguir entre 15% a 20% de diminuição de custos" comentou Alvarez ontem em São Paulo, durante o 13º Encontro Tele.Síntese, realizado pela Momento Editorial. "Também é possível mudarmos a logística e fazer as entregas por meio do Correio."
A FGV está estudando como concessões como essas podem influir no preço final, mas Alvarez reconhece que as estimativas iniciais de preço por parte do governo não serão alcançadas em curto prazo. "O computador de US$ 100 foi uma grande jogada do grande ‘marqueteiro’ que é Nicholas Negroponte [professor afastado do Massachusetts Institute of Technology]. No papel dele de pensar no futuro, ele fez o necessário marketing de um laptop barato e obrigou a indústria a correr atrás", afirmou.
Negroponte fundou a organização Um Laptop por Criança (OLPC), que promove o computador XO, que anteriormente era chamado de Laptop de US$ 100. Ele esteve no Brasil diversas vezes para vender a idéia ao governo federal, mas não conseguiu vencer no pregão a oferta da Positivo, que forneceria computadores rivais da marca Classmate, idealizados pela fabricante de chips americana Intel.
O Presidente Lula deve assinar no próximo dia 8 de abril o aditivo aos contratos de concessão das concessionárias de telefonia fixa, que obriga as operadoras a investir em levar acesso à internet em velocidade garantida de 1 megabit por segundo (Mbps) para cada uma das 55 mil escolas públicas do País. Anteriormente, as empresas teriam de entregar às escolas postos de serviços de telecomunicações (PST). Alvarez defendeu que a medida consiste no primeiro passo para se estabelecer um plano nacional para a expansão da banda larga, a ser criado pelo governo.
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