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sábado, 8 de março de 2008

Por um mundo de saias


Beijos a todas as musas do blog, leitoras, comentaristas, blogueiras amigas, e nossa musa inspiradora Helena, pelo dia internacional das mulheres.

Sem vocês o mundo não teria graça nenhuma para nós, homens. Começa pelas maravilhosas mães, irmãs, avós, tias, professoras. Depois, vem a descoberta da beleza, uma exclusividade feminina aos olhos do menino, primeiro o rastreamento da beleza do rosto feminino, depois do corpo. Avançando na adolescência e iniciação na vida adulta vem a descoberta do cheiro, dos surrurros, dos toques, dos gostos, mexendo com todos os 5 sentidos. Passada a fase do deslumbramento da descoberta do corpo, vem o sexto sentido da sensualidade mais interior, a afinidade, o sentir-se bem quando está ao lado, o querer a compania de quem admira, o ser conquistado pelo jeito de ser, pela visão de mundo e de vida.
Então, tem a namorada, a volúpia, a tórrida paixão, o sexo e o carinho amoroso, a companheira amada, o amor de uma vida quando já independe de recompensas do prazer, existe a amiga descompromissada, existem as companheiras de lutas, a amada impossível, a musa inspiradora, as deusas.

Ufa! ... agora deixando o olhar masculino um pouco de lado (se é que tem jeito), uma reflexão:

No século XX ninguém evoluiu socialmente mais do que as mulheres. No início do século sequer podiam votar. No fim do século, a mulher ocupa seu espaço em todos os lugares (salvo em algumas sociedades opressoras).

Um fenômeno que é pouco comentado é a própria vida doméstica, às vezes tratado em segundo plano, até com certo preconceito, mas é um dos segmento com maiores ganhos de produtividade do trabalho bem utilizado que já existiu.

É tão importante que as relações trabalhistas no século XXI precisam imitar o que fizeram as mulheres na vida doméstica.


A mulher soube exigir para seu proveito as conquistas tecnológicas. Os eletrodomésticos, desde o fogão a gás, a geladeira, a máquina de lavar, o microondas, os alimentos beneficiados, tudo fez com que a vida doméstica tivesse enormes ganhos de produtividade nos afazeres.

A mulher, ao exigir das máquinas maior praticidade para sua vida doméstica, conquistou liberdade de tempo para educar melhor os filhos, para estudar, para trabalhar, enfim, permitir-se tudo o que os homens fazem.

Mais do que isso, conquistou o direito de escolher se querem viver independentes, ou quando casadas, se querem tarefas iguais para o casal dentro e fora de casa, ou se querem dividir as responsabilidades de forma diferente, fazendo cada um a sua parte, com a mulher dedicando-se em tempo integral à mais nobre das profissões: ser mãe.

Na indústria e nos serviços, a tecnologia também avançou muito no século XX. Robôs ocupam as fábricas, máquinas de auto-atendimento funcionam na rede bancária, computadores processam os cálculos e transações. Tudo isso também liberou muito tempo dos trabalhadores (de ambos os sexos), só que ao contrário das mulheres nas casas, esse tempo não foi usado em proveito do trabalhador, foi apropriado pelos donos das empresas, ao manterem a mesma jornada e rotina de trabalho, com menos gente, jogando os trabalhadores excedentes no desemprego.

Por isso, os pactos trabalhistas no século XXI, precisam ser revistos, imitando o que fizeram as mulheres nos lares. Reduzir a jornada de trabalho, dar mais tempo para os trabalhadores estudar. Dar mais tempo aos trabalhadores para dedicarem-se e acompanharem a educação dos filhos, formando bons cidadãos. Aumentar o período da licença maternidade. Liberar horas do trabalhador para exercer algum trabalho voluntário.

Tenho certeza de que se o mundo fosse governado predominantemente por mulheres, tudo isso já teria acontecido. Além disso, as mulheres, por darem a luz à vida, conseguiriam evitar mais guerras, evitariam muitos sofrimentos desnecessários.

As mulheres já dividem postos de trabalho e políticos que antes eram dos homens. E para demonstrar capacidade e eficiência, num mundo herdado dos homens, criado nos moldes masculinos até aqui, elas são induzidas à desempenharem o papel profissional que os homens desempenhariam.

Até na vestimenta, é comum executivas, advogadas, autoridades usarem blazers, à semelhança do terno masculino, porque um vestido, mesmo recatado, pode ser considerado inadequado ao cargo, imagine uma roupa um pouquinho mais ousada.

Pois o que eu torço é para que as mulheres consigam mandar às favas muitas das regras e
liturgia masculinas no trabalho, criadas pelos homens, e imponham também seus próprios valores e a sabedoria que tiveram na vida doméstica do século XX.

Torço para um mundo vestido mais de saias, e menos de gravatas.

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