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quarta-feira, 12 de março de 2008

Operação Telhado de Vidro afasta prefeito por corrupção


Uma fraude milionária, comandada pelo primeiro escalão da prefeitura de Campos, no Norte Fluminense, foi desvendada ontem pela Operação Telhado de Vidro, desencadeada pela Polícia Federal. Estima-se que a quadrilha, que incluía pelo menos dois secretários municipais, desviou cerca de R$ 240 milhões dos cofres públicos. A verba era liberada para entidades filantrópicas, que, por meio de contratos superfaturados, engrossaram em até 16 mil pessoas o quadro de funcionários terceirizados da prefeitura. O prefeito Alexandre Mocaiber (PSB) foi afastado do cargo por 180 dias pelo MP.

Catorze pessoas foram presas ontem sob aplausos da população. A quadrilha foi levada para a superintendência da PF no Rio. A corporação cumpriu mandados de busca inclusive na casa de Mocaiber, de onde os agentes saíram levando três computadores. Como o alcaide tem foro privilegiado, não havia mandado de prisão contra ele, mas sua participação no esquema, segundo os investigadores, é incontestável. A contratação de terceirizados era feita por institutos isentos do pagamento de impostos, como a Fundação José Pelúcio Ferreira, sediada em Campos, e a filial da Cruz Vermelha em Nova Iguaçu. O diretor da fundação campista, Ricardo Pimentel, é apontado pela PF como o coordenador do esquema de corrupção. Pimentel é dono de uma aeronave Cesna, avaliada em R$ 5 milhões, cujo seqüestro foi pedido à Justiça.

Para o superintendente da PF no Rio, delegado Valdinho Caetano, os milhares de terceirizados incluídos nas contas da prefeitura beneficiavam o grupo político de Mocaiber.

Os funcionários se vinculam eleitoralmente ao grupo político de quem os contrata - destaca. Segundo o delegado, o número de terceirizados era "grande demais" para uma cidade do porte de Campos, superando até a quantidade de servidores concursados.

Além da vinda de novos funcionários, outro braço criminoso explorado pela quadrilha era a contratação, também superfaturada, de serviços que deveriam passar por licitação. A PF analisou os documentos de 70 shows organizados pela prefeitura. Em alguns, o poder público pagava R$ 70 mil por eventos cujo preço não passava de R$ 30 mil. A diferença era dividida entre os integrantes da quadrilha, que contava com representantes de cinco empresas de entretenimento. Uma delas teve o nome escolhido para batizar a operação da PF. Veja vídeos(JB)

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