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quinta-feira, 13 de março de 2008

Fiat compra Tritec e quer fazer do Paraná seu maior centro


O vice-presidente da Fiat no Brasil - líder no mercado de automóveis no País, Valentino Rizzioli e o dirigente da FPT- Fiat Powertrain Tecnhnologies (divisão da empresa fabricante de motores), Franco Ciranni anunciaram ontem, no Palácio das Araucárias, a compra da fábrica de motores Tritec, instalada em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, e que pertencia a uma associação entre a BMW e a Chrysler dissolvida em 2006 e com produção paralisada desde julho daquele ano. Considerada uma das fábricas de motores mais modernas do mundo, a Tritec desde 1996 abastecia com seus motores exigentes mercados da Europa para modelos como míni BMW e Cooper com capacidade de produção anual de 300 mil motores. Franco Ciranni garantiu que a produção destes motores com tecnologia da BMW e já certificados para os mercados europeu e norte-americano irá continuar, mas que a Fiat pretende fazer de Campo Largo seu maior centro de produção de motores da América latina. "Esta fábrica, com o projeto de expansão em que investiremos mais R$ 250 milhões, logo estará faturando R$ 1,2 bilhão por ano", disse ele.

Num comunicado distribuído ontem na Itália e nos Estados Unidos, a Chrysler anunciou que assinou um acordo para transferir a propriedade total da Tritec Motors para a Fiat Powetrain Technologies e que a compra inclui as instalações, unidade de fabricação, linhas de produção e a licença para fabricar a atual linha de produtos.
"O anúncio é muito auspicioso e assinala um futuro estável para a Tritec como propriedade da Fiat Powertrain Technologies", disse o vice-chairman e presidente da Chrysler, Tom LaSorda.

A fábrica da Tritec teve um custo de implantação de US$ 500 milhões e faturava anualmente US$ 400 milhões com as exportações. Segundo fontes do mercado, o negócio entre a Fiat e a Chrysler LLC fechado ontem à tarde em Nova York, envolveu perto de US$ 250 milhões. Atualmente, há 114 funcionários na empresa cuidando da manutenção das instalações e também trabalhando no desenvolvimento de novos motores já a pedido da Fiat que desde outubro mantinha seu pessoal fazendo levantamento das instalações. Além dos motores que já equiparam o Mini Cooper inglês, 1.4 e 1.6 16v e o 1.6 turbo, de quatro cilindros, a fábrica paranaense está trabalhando no desenvolvimento de um motor 1.8 16v.

Estes motores, por sinal, equiparam todo os modelos BMW Mini em todo o mundo, o PT Cruiser da Chrysler na África do Sul, Europa e outros mercados externos, e o Dodge Neon da Chrysler vendido fora da América do Norte
"Campo Largo será um dos nossos maiores centros de desenvolvimento de motores de média capacidade de uma nova família flex", disse Franco Ciranni. "Até 2010 a Fiat terá uma produção própria de 1 milhão e 300 mil motores anuais com quatro fábricas no Brasil", completou. A nova unidade da Fiat também irá produzir motores para tratores e transmissões.

Com a fábrica de Campo Largo, o Grupo Fiat passa a ter quatro fábricas de motores no Brasil, que produzem 700 mil unidades por ano. A Fiat já tem empresas no Paraná onde está a fábrica da New Holland, o maior fabricante de colheitadeiras do país.

Na solenidade que marcou o anúncio da compra, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB) criticou "empresas que usaram a possibilidade de comprar a empresa para tentar conseguir mais incentivos do que poderíamos oferecer, usando a compra como fator de pressão", referindo-se a General Motors que também chegou a propor a compra da Tritec, mas que decidiu por uma fábrica de motores em Santa Catarina ao não obter do governo paranaense prazos maiores de dilações de pagamento do ICMS afinal concedidos pelo governo catarinense.
Com a compra, a Tritec se integra à Fiat Powertrain Tecnhnologies, com faturamento mundial de US$ 18 bilhões, 20 mil empregados e que produz 6 milhões de unidades anualmente em 16 fábricas.

A Tritec cujo nome alude à união dos três países envolvidos, Alemanha, Estados Unidos e Brasil, já teve propostas de compra da chinesa Lifan, que desejava transferir a fábrica completa para a China, e das russas AutoVAZ e GAZ. Com o final da associação entre a Chrysler e a BMW, a empresa demitiu cerca de 400 funcionários e parou a produção em 18 de junho de 2006, mantendo somente 114 empregados que cuidam da manutenção das instalações. O interesse da Fiat se acentuou a partir de outubro do ano passado, quando a empresa começou a procurar soluções para a substituição do motor 1.8 da GM utilizado em alguns dos seus produtos.

A fábrica de motores de Betim, inclusive, está no seu limite de produção e, desde então, uma equipe da Fiat passou a avaliar as instalações da Tritec em Campo Largo. A previsão é de que até o final do ano as máquinas voltem a operar e, no início de 2009, a unidade passe a produzir motores novamente tanto para o mercado interno como para exportação.

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