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quinta-feira, 6 de março de 2008

Brasil lança nova droga contra Aids


Um novo medicamento destinado a pacientes portadores do vírus HIV está sendo lançado este mês no Brasil. Com o nome comercial de Celsentri, o produto usa como princípio ativo uma substância chamada maraviroque, destinada especialmente àqueles que desenvolvem resistência ou que não toleram tratamentos convencionais, como o coquetel antiaids.

O maraviroque inaugura uma classe de drogas conhecidas como antagonistas do co-receptor CCR5 e é indicado para cerca de 50% dos pacientes que apresentam resistência ao coquetel. O CCR5 é uma das duas portas de entrada do HIV na hora em que o vírus ataca células humanas sadias. A outra porta é o co-receptor CXCR4. No decorrer da infecção, o HIV apresenta afinidade por um ou outro co-receptor. O maraviroque atua somente nos casos em que a afinidade se desenvolve pelo CCR5. Clique para votar no blog...Enquanto a maioria dos outros medicamentos atacam o HIV dentro das células de defesa (linfócitos CD4), a nova droga impede a entrada dos vírus nas células. Dessa forma, os linfócitos CD4 não chegam a ser infectados e o HIV não consegue se multiplicar. Com isso, há uma redução na carga viral (contagem de vírus no sangue) e o aumento do número de células de defesa.

Resistência ao coquetel

Dados apresentados mostram que entre 40% e 60% dos pacientes que apresentam resistência ao coquetel antiaids são portadores do vírus que usa como porta de entrada o co-receptor CCR5. A infectologista Thaís Guimarães, da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que a resistência à forma tadicional de combate ao HIV pode se dar tanto durante o tratamento, quanto na hora do contágio:

Na maioria das vezes, a resistência se dá ao longo do tratamento, quando os pacientes não seguem os procedimentos corretos relacionados ao uso do coquetel. Mas também pode acontecer de alguém ser contaminado por uma pessoa que já tenha adquirido resistência. Nesse caso, a intolerância é imediata.

Os estudos clínicos com o maraviroque começaram em 2002. Desde então, cerca de 2.500 pacientes receberam ou recebem o medicamento. As pesquisas, realizadas também no Brasil, acompanham portadores de HIV com afinidade pelo co-receptor CCR5 durante 48 semanas. Os resultados mostram que aproximadamente três vezes mais pacientes que usaram a droga associada ao coquetel de medicamentos anti-retrovirais tiveram redução da carga viral e dobraram o número de linfócitos CD4 em comparação aos que usaram só o método convencional.

O produto lançado este mês no Brasil foi aprovado pela Anvisa em setembro do ano passado e já é comercializado nos Estados Unidos, Canadá e União Européia.

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