Teve uma época que a mídia tentava esconder sua posição política colocando uma posição diferente daquela que defendiam em seus jornais, rádios ou tvs. Mas durante o governo Lula, especialmente após a metade do primeiro mandado e desde a posse do segundo mandato, o PIG tem agido descaradamente em favor de seus candidatos. Perderam a eleição e ainda não aceitaram.
Um exemplo recente foram as denúncias em relação aos tais cartões corporativos do governo federal, bastou o “estadão” levantar algumas curiosidades que pinçou na internet, onde estão descritos os gastos, que podem ser vistos não apenas pelo TCU mas por qualquer cidadão, que o PIG, de forma geral, deu em destaques.
Jornais, rádios e tvs não tinham outro assunto. Julgaram e condenaram o governo federal de forma mesquinha, escondendo que governos e municípios também dispõem de sistemas semelhantes de gastos, mas sem disponibilizar na internet, como faz o governo Lula.
Como se não bastasse, os jornais Folha de São Paulo o Estadão, que tinham informações sobre os gastos dos cartões de débito do governo Serra (maiores que do governo federal) não publicaram nada. Sentaram em cima das informações que tinham recebido da liderança do PT e nada publicaram em seus jornalões.
Quando a notícia sobre os cartões tucanos ganhou dimensão através da internet, a Folha e o Estadão tiveram que publicar, mesmo assim de forma tímida, com manchetes minuciosamente estudadas para não atingir os tucanos. Mas foi por apenas um ou dois dias, depois a notícia desapareceu dos jornais.
O PIG então saiu na defesa intransigente de que a CPI dos cartões corporativos deveria ter alguém da oposição na relatoria ou presidência, mesmo que regimentalmente isso não fosse possível. Se o PMDB cedeu a presidência ao PSDB na CPI foi, entre outras coisas, pela pressão do PIG.
Mas por que o PIG, que além da CPI em Brasília queria cargos para a oposição não agiu do mesmo modo em relação ao governo Serra em São Paulo? O governo tucano paulista não apenas impediu a instalação da CPI no estado como também não permitiu que a oposição ao menos convocasse o secretário da fazenda estadual para prestar esclarecimentos aos deputados.
Será que o PIG pensa que o povo brasileiro é idiota e que não vê essas coisas? Será que acham que ninguém percebe isso? Por que será que a Globo perde audiência? Que as revistas do PIG perdem assinantes, enquanto Carta Capital registra crescimento. Por que será que os blogues na internet passaram a ser a grande fonte de informação das pessoas?
E a revista Veja? Essa então não merece nem comentários pois até os direitistas assumidos, mas com alguma lucidez, deixaram de ler esse lixo. Que o diga Luis Nassif!
De todas as análises que tenho lido a respeito da atuação do PIG em perfeita sintonia com os Demos-tucanos, duas considero fundamentais para compreensão, uma delas é o excelente texto da filósofa Marilena Chauí, “A invenção da crise” que poder ser acessado aqui neste link
O outro é o artigo do professor Emir Sader, “É o Estado, estúpido”, neste link onde dessa discussão ganha outro viés e a concepção de estado passa a ser o verdadeiro pano de fundo desta disputa ideológica
Por Nelson Canesin – sociólogo – São Paulo/SP
Nelson Canesin é da Secretaria de Relações Internacionais da CUT, e foi convidado para escrever especialmente para este blog.
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