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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Corruptos no horário nobre


Rodrigo Maia: "Nenhum outro partido nos superou em coerência, disposição de luta e ética"....

Empresário rural e grande produtor de grãos no Mato Grosso, o homem que vai ocupar a vaga deixada pelo senador Jonas Pinheiro - enterrado ontem em Santo Antônio do Leverger - Gilberto Flávio Goellner (DEM) tem pendências com a Justiça, mas seu principal problema está na parceria com o governo Lula na área de pesquisa de algodão.

Ex-presidente da Fundação Mato Grosso, entidade criada em Rondonópolis pelos líderes do agronegócio, Goellner chegou a ser acusado pela Polícia Federal, em 2000, pelo desvio de sementes geneticamente modificadas através de pesquisas desenvolvidas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O escândalo envolvia como principal personagem o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, dono das fazendas onde as sementes haviam sido desviadas à época. Os dois integravam a fundação que, à época, era presidida pelo futuro senador.

Transgênico

As variedades de sementes transgênicas de algodão eram resultado de vários anos de pesquisa bancada pelo governo e desenvolvidas pela Fundação Mato Grosso e Embrapa. Funcionários das fazendas confirmaram à polícia o desvio e o plantio às pressas, para consumar o que a polícia investigou como roubo, e o escândalo acabou resultando num acordo envolvendo os dirigentes da Fundação Mato Grosso e a Embrapa. Eles pagaram à estatal R$ 2,5 milhões de indenização pelo desvio e o assunto foi encerrado na esfera administrativa. O inquérito da Polícia Federal foi encaminhado à Justiça, ainda sem decisão.
No início de 2007, esse mesmo escândalo ajudou a derrubar a indicação do deputado Odílio Baltinotti (PMDB-PR) para o Ministério da Agricultura. Balbinotti também integrou a diretoria da Fundação Mato Grosso.


Na página do Superior Tribunal de Justiça, o futuro senador aparece também como parte em três processos que estão em andamento na área cível: dois deles são sobre dívidas contraídas como um empresário e uma empresa de importação, convertidos em títulos de crédito cobrados na justiça, e no terceiro, que envolve o falido Banco de Santos, ele é vítima. O empresário garante que "foi logrado" pelo banco, mas diz que as outras pendências estão resolvidas, embora continuem tramitando.

- São coisas sem importância e que ainda estão pendentes por causa da morosidade da justiça no julgamento. Não fiz nada errado. Tenho uma vida ilibada - garante.

Posse em 30 dias

Gaúcho de Não-Me-Toque, 61 anos de idade, engenheiro agrônomo, o futuro senador deverá tomar posse dentro dos próximos 30 dias. Embora o presidente do Congresso, Garibaldi Alves, tenha se encontrado com ele ontem durante o velório de Jonas Pinheiro, nada foi conversado sobre a convocação. Um dos mais clássicos exemplares da bancada ruralista e situado entre os maiores produtores de grãos do país, o futuro parlamentar é amigo e aliado político do governador Blairo Maggi, Goellner integra também o grupo de produtores que mais tem dado dor de cabeça ao Ministério do Meio Ambiente em decorrência das queimadas e derrubadas de matas para plantio extensivo de soja no Mato Grosso.

- É preciso verificar a origem das queimadas. O Ibama e o Incra não têm estrutura para fiscalizar - diz o empresário, um crítico da "ideologização" dos debates envolvendo meio ambiente e segurança alimentar. JB

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