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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Grande mídia assusta-se com efeito dos Blogs - Nassif desmonta a “Veja”


BUNDAS CARIOCAS

O cirurgião plástico Alberto Birman, da Top Clinic (RJ), explica em entrevista (matéria paga) à revista PLÁSTICA E BELEZA que é possível a qualquer mulher ter o mesmo bumbum que as cariocas. Segundo ele não há musculação ou ginástica que dê jeito na região em epígrafe, tampouco personal trainer. Só cirurgia plástica. E descreve superficialidades do “negócio”, dando garantias de uma perfeita “bunda carioca”. “Corte intra-glúteo”. Já o cirurgião plástico Carlos Gustavo Zahluth (RJ), na mesma revista, afirma que a cirurgia custa entre quatro e seis mil reais e nas primeiras vinte e quatro horas é preciso que a paciente de fique em repouso de bruços, mas que em dez dias “a paciente estará liberada para assentar”.

Quando William Bonner disse a um grupo de professores e estudantes de Comunicação que visitavam os estúdios e redação do JORNAL NACIONAL que o telespectador é como “Homer Simpson” estava definindo o conceito de toda a grande mídia sobre leitor, telespectador ou ouvinte. Um sujeito dócil, pacato, que cumpre suas obrigações diárias para com a pátria, a família e que aceita tudo que lhe é imposto ou dito como verdade absoluta e única no modelo político, econômico e social em que vive.

Há um ingrediente ainda por trás de toda essa parafernália da mídia. O medo. É provocado na exploração da violência e nas “propostas” de endurecimento das penas, maioridade penal, sem a menor preocupação com o modelo político, econômico e social que vendem, pois vendem a ilusão que qualquer uma brasileira pode ter a bunda de uma carioca, limitando o tamanho intelectual da mulher brasileira à bunda de uma carioca, ou das cariocas. Ou suas aspirações.


O medo embutido das “hordas” que descem seja dos morros, ou seja o presidente da Venezuela Hugo Chávez. Os morros nem tanto afetam o lucro dos bancos, pelo contrário, para banqueiros dinheiro não tem cor, é sempre dinheiro. Mas, as “hordas” de Chávez afetam os “negócios” e as bundas não poderão ser moldadas no modelo carioca de bundas.

Não existe veículo de comunicação dentre os grandes que seja independente ou esteja correndo fora dessa camisa de força da comunicação controlada e dominada pelos que impõem o modelo.

A concorrência limita-se a preservar os “negócios”, sempre eles, não há, portanto, diferença entre se a GLOBO é líder, ou a RECORDE. São iguais na tarefa de desinformar e iludir. Disputam o mesmo mercado e para quem paga importa quem preste o melhor serviço, quem melhor venda a idéia que comprando uma bunda como a das cariocas a mulher estará inserida no contexto e terá chances de sucesso maiores que as que teimam, por exemplo, em manter bundas mineiras. Ou paulistas.

O jornalista Luís Nassif desceu do mundo, pediu um instante, mas não se limitou a olhar, a ficar fora, no acendrado culto de si próprio, incentivado nos dias atuais como ponto de partida para “resolver a vida”.

Nesse instante demole a farsa chamada VEJA. Despeja toda uma história de mentiras, farsas, de jogo de interesses, de mau caratismo que a classe média conservadora adora, na presunção que bunda carioca, roupa DASLU, ou casar com a Ana Maria Braga sejam momentos top da vida. São poucos os instantes de coragem de alguém que tinha tudo para estar no meio dessa “gandaia” e optou por continuar a ser Luís Nassif.

Uma vez perguntaram a Tancredo Neves quem ele gostaria de ser se pudesse escolher. Foi numa festa na casa da socialite Teresa Sousa Campos, quando Tancredo era primeiro-ministro e depois de muitos terem escolhido outras pessoas para serem. Tancredo respondeu daquele seu jeito, mordendo a ponta da gravata: “Tancredo Neves, gosto de ser Tancredo Neves”.

Há cerca de três anos, num debate sobre comunicação, ouvi uma jornalista da ABRIL (edita VEJA) proclamar alto e bom som, que saiu de uma favela em BH e era sub-editora de uma revista nacional. E que “é bobagem falar mal da grande mídia”. Perguntei a ela se determinado assunto poderia ser objeto de pauta na sua revista. Foi ríspida: ”claro que não, você quer me complicar”.

Nassif faz mais que desmontar VEJA. Expõe as vísceras de um processo de comunicação podre, venal, que se irradia por todos os veículos ditos grandes (nacionais, estaduais, regionais, municipais) e deixa sem resposta, que não as costumeiras agressões e retaliações que a essa altura do campeonato só fazem confirmar o caráter do jornalista.

Ontem tomei conhecimento, mineiro aqui num canto de Minas, que a mulher do jornalista Clóvis Rossi, que arrota independência pelas folhas da FOLHA DE SÃO PAULO quase todos os dias, é presidente do PSDB-MULHER do Estado de São Paulo. Um domingo em anos atrás, na mesma FOLHA, li uma crônica de Nassif sobre Muhamad Ali. Me fez lembrar o carinho com que tratou Ali, de outro grande jornalista. João Máximo, no dia seguinte ao da derrota de Ali para Joe Frazier e se não me falha a memória ainda no antigo CORREIO DA MANHÃ (fechado pela ditadura) ou no JORNAL DO BRASIL.

Há um desafio hoje que é maior que todos. Seja a bunda igual às das cariocas, ou ter um personal trainer, ou aceitar ser bola de sinuca silenciosa em mesas imundas e repletas de mau caratismo, ou adorar a si próprio/a. O da comunicação. Você pode escolher o modelo VEJA e ser vestido/a por uma calça (Uma Thuman), ou simplesmente ser gente e enxergar um palmo adiante do nariz.

E pode descobrir que, de repente, não mais que de repente, emergem dinossauros montados em mentiras ciclópicas que precisam ser enfrentados mesmo que isso não seja notícia e nem confira uma glória efêmera. Seja tentar pular do alto de um prédio em desespero pelo desemprego, ou pela doença, seja cumprir os regulamentos direitinho e encher a cara de qualquer coisa (droga, pílula, bebida, o que for), desconhecendo a roseira do lado de fora da porta e o entorno em toda a vida de cada um, de todos.

O que VEJA, como síntese da grande mídia, faz é isso. Transforma o ser humano em objeto, em coisa. Em bunda carioca. Para que? Para que você, todos, sejamos cordatos cordeirinhos no processo que permite a esse monte de VEJAS moldar o mundo ao seu feitio. Nas mentiras de Bush. Nas grandes negociatas das grandes empresas, dos bancos, no latifúndio e façam com que você tema e se apavore, cá embaixo, na ponta final, com a queda da bolsa em New York.

O jornalista Luís Nassif mostra toda a cumplicidade de toda essa gente que controla, domina, impõe e compra e se isso lhe custa algumas portas, transforma-o noutro tipo de dinossauro. Uma espécie em extinção no jornalismo brasileiro. O jornalista com caráter. Um detalhe importante nessa história toda. O alcance dos blogs da comunicação via internet. Pela primeira vez jornais, revistas e redes de tevê percebem com clareza o que já sabiam faz tempo. Há uma perspectiva de revolução no setor e não é por outro motivo que um senador pastel como Eduardo Azeredo quer o controle da rede, repercutindo aqui a preocupação dos donos, os norte-americanos.

Pega um mensalão lá, pula aqui como cidadão respeitável, mas quer o olho do grande irmão, seja ele vestido de Pedro Bial no bordel nosso de cada dia, o BBB-8, ou Miriam Leitão (anunciou o apagão em 2008 e agora, diante da mentira, adiou o apagão para 2009), quer esse olho sobre todos nós. Com DASLU ou sem DASLU, mas na ilusão que se subir todo os dias o elevador até o quinto andar, sem precisar se envolver com a sordidez, à distância, cuidando de si, vai conseguir sair incólume de um mundo de aparências e irrealidades apresentadas como normal. Termina não enxergando a rosa.

VEJA é isso, esse mundo. Nassif não desmonta só a revista, desmonta toda a grande mídia no Brasil, pois não há diferença entre VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, GLOBO, RECORDE, ESTADO DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, a GLOBO de Collor, a de Sarney, a da família ACM, a do deputado tal, do senador tal, nessa mistura corrupta de “negócios” e mídia.

Laerte Braga

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