Profissionais da rede e especialistas apontam o alto número de alunos nas salas de aula como um dos problemas mais graves da educação municipal do Estado de São Paulo.
"Não dá para trabalhar com 45 alunos nas salas, como hoje. O máximo tem que ser entre 30 e 35", diz o professor Adelson Queiroz, do Sindicato dos Profissionais de Ensino em Educação Municipal de São Paulo.
Para Queiroz, a eliminação do terceiro turno de aulas até o fim do ano, depende, além da construção de novas escolas, do investimento em qualificação dos professores. "Se houver condições de salário para que o professor não precise trabalhar em duas ou três escolas, será viável", diz.
O professor da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), Vítor Paro, diz que o modelo do município é "de dois séculos atrás". "Essas provas não explicam e nem apresentam nada", diz Paro, que criticou o exame. "Esse tipo de prova revela o que qualquer pessoa poderia descobrir sozinha: que os alunos não sabem ler", diz.
A avaliação da pedagoga Silvia Colello, autora dos livros "Alfabetização em questão" (2004) e "A escola que não ensina a escrever" (2007), é positiva. "85% de alunos alfabéticos na segunda série é um número bom", diz Colello, que acredita que o processo de alfabetização se conclui ao longo das quatro primeiras séries. Outro dado -os 4% de não-alfabéticos na quarta série- preocupa mais a professora. "Esses são alunos que vão sendo abandonados pelo sistema ao longo do processo".
Os dados da prova podem ser "balizadores" para que as escolas reestruturem a "orientação de recuperação, abordagem de conteúdos, acompanhamento individualizado e horários", afirma o professor da USP Romualdo Portela.
Saiba Mais: Exame é similar ao aplicado pelo Governo Federal
A Prova São Paulo é um exame aplicado em novembro do ano passado a todos os alunos da 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do ensino fundamental da rede municipal de São Paulo. São questões de língua portuguesa e matemática. A prova utiliza a mesma base metodológica da Prova Brasil, exame do governo federal aplicado em 2005 na 4ª e 8ª séries. Assim, os resultados são comparáveis. A diferença é que os alunos da rede municipal saberão as suas notas individuais; na Prova Brasil, o máximo de detalhamento foram as notas por escola. A escala de médias é cumulativa e comparativa -ou seja, alunos de 4ª e 8ª séries com uma nota 150 têm o mesmo nível de conhecimento.
Uma pergunta: Uma das promessa de campanha de José Serra, era de colocar na sala de aula dois professores. Serra já colocou em pratica?
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