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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Esse perdeu a noção do ridículo.Investigar desde 1998 é arbitrário, diz FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) disse ontem considerar "arbitrária" a decisão de parlamentares da base do governo de ampliar para o ano de 1998 a investigação de uma futura CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o uso dos cartões corporativos -ele governou o país entre 1995 e 2002.

Segundo FHC, não há "fato determinado" que justifique investigações sobre anos anteriores aos atuais problemas apontados pela imprensa no uso dos cartões corporativos. Indagado se durante sua gestão houve problemas no uso do cartão, respondeu: "Essas coisas não passam diretamente pelo presidente. Certamente não tinha [questionamento], nem pelo TCU [Tribunal de Contas da União] nem pela imprensa e por nenhum deputado".

"Em primeiro lugar, não tenho nenhum problema [na apuração dos gastos a partir de 1998]. Mas do ponto de vista da Constituição, é preciso haver um fato determinado", declarou o ex-presidente. Ele mencionou o artigo 58 da Constituição, que autoriza o Congresso Nacional a instalar comissões parlamentares de inquérito "para a apuração de fato determinado e por prazo certo".

Segundo o ex-presidente, há hoje três situações que justificariam a abertura de uma CPI para apurar o uso dos cartões pelo atual governo -condições que estariam ausentes do período 1998-2002. "A quantidade muito grande de cartões nas mãos de funcionários públicos, o [alto] volume de saques em dinheiro e o abuso de alguns ministros. Essas são as três situações [atuais]", disse FHC.
"Os cartões foram criados em 2001. Agora decidem investigar a partir de 1998. É [decisão] arbitrária, política. Não vi qual é o fato determinado. Que ponham primeiro um fato", disse o ex-presidente. Ele negou, contudo, que o PSDB vá embaraçar as investigações. "Não me disponho a encobrir erros. Não vejo razão para obstaculizar."

O ex-presidente disse que em sua gestão, ao que se recorde, não havia gastos considerados sigilosos no orçamento do Palácio do Planalto, com exceção daqueles ligados à segurança presidencial. Em tempo: A folha não perguntou ao ex presidente sobre os gastos com cartão em 2007. Claro que isso ai está na folha

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