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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

CPI do Grampo investiga se Lula foi alvo de escuta telefônica em 2006


Acredite meus queridos leitores, embora poucos saibam, existe em Brasilia a CPI dos grampos. A CPI do Grampo da Câmara dos Deputados investiga se o Presidente Lula foi alvo de escuta telefônica ilegal em 2006, no Rio, quando se hospedou no Hotel Glória. A suspeita foi levantada por um ex-funcionário da Telemar, José Luiz da França Neto, que depôs à comissão na semana passada. Neto disse aos deputados que um técnico de empresa terceirizada teria encontrado indícios de violação da linha telefônica instalada para uso do Presidente. O crime teria sido detectado no momento de retirada das linhas, depois que Lula deixou o hotel.

O ex-funcionário da Telemar, que coordenava um grupo de fiscalização, atualmente está aposentado. Ele disse que anotou as informações relativas ao suposto grampo presidencial num caderno que guardava na empresa. Segundo ele, porém, as folhas com essas e outras anotações sobre casos de escuta ilegal teriam sido arrancadas.

- Não tenho como provar (o grampo). Tenho como afirmar que sumiu (o caderno) - afirmou Neto.

Itagiba é cauteloso ao falar do suposto grampo

O presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), espera obter mais informações hoje, quando está marcado o depoimento do gerente de Operações Especiais da Oi Fixo (ex-Telemar), Arthur Madureira de Pinho. Segundo o deputado, Pinho foi chefe de Neto.

Cauteloso, por ora Itagiba evita afirmar que Lula tenha sido alvo de grampo ilegal, ponderando que é preciso aprofundar a investigação.

- Tenho uma informação prestada na CPI de que ele foi - disse Itagiba ontem.

O funcionário aposentado era técnico de rede de acesso da Telemar no Rio. De 1999 a 2005, ele chefiou uma equipe da empresa encarregada de executar e fiscalizar escutas telefônicas realizadas por ordem judicial. Neto disse que localizou três centrais clandestinas de grampos nesse período. O próprio Itagiba, ex-secretário de Segurança Pública do Rio e ex-superintendente da Polícia Federal no estado, teria sido uma das vítimas, segundo o ex-funcionário.

- A CPI deve fazer uma grande radiografia do problema no país e propor legislação que normatize melhor o grampo - afirmou o deputado.

CPI foi criada após suspeita de grampo no STF

A CPI foi criada em dezembro, após a divulgação de que telefones de ministros do Supremo Tribunal Federal teriam sido grampeados. O prazo de funcionamento da comissão vai até junho. Amanhã será ouvido o diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para Segurança das Comunicações (Cepesc) da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Otávio Carlos Cunha da Silva.

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