Sapopemba entrou para o cenário político nacional pelas mãos de Jânio Quadros, quando desmontou FHC, em 1985, nas eleições para prefeito de São Paulo. O candidato do PMDB, hoje no PSDB e ex-presidente, perdeu as eleições para Jânio, numa campanha com lances memoráveis. Foi aquela que FHC assentou-se na cadeira do prefeito, era Mário Covas, tirou uma foto como “futuro prefeito” e Jânio, no dia da posse, levou um desinfetante para limpar a cadeira.
No debate entre os dois candidatos, quando FHC buscava esbanjar sua sabedoria de enrolador maior, lá pelas tantas, Jânio disse que ele sequer conhecia a cidade direito e perguntou “o senhor sabe onde fica Sapopemba?” FHC deu aquele riso cínico de boca de gamela e não respondeu, pois não tinha a menor idéia de onde ficava Sapopemba, ou o que era Sapopemba.
Sapopemba volta ao noticiário nacional. É que o proprietário de umas vinte vacas mais ou menos, há cerca de um mês, usa uma praça do lugar como pasto para seu gado. A sub-prefeitura de Vila Prudente, responsável por Sapopemba, quer localizar o dono das vacas, pedir para que retire as ditas da praça e em último caso aplicar-lhe as devidas sanções legais.
O custo da grama pelo menos...
E o risco, evidente, de uma das vacas cismar de investir contra quem se atreva a buscar um canto/recanto da praça para descansar, qualquer coisa no gênero. Dois senadores, Gilvan Borges e Mário Couto, PMDB e PSDB por pouco não trocam tapas no plenário do Senado depois que Borges chamou a oposição de “irresponsável”. Tudo por conta dos cartões corporativos.
É que os tucanos levantaram a lebre dos gastos com cartões corporativos e quando viram estavam no meio de um fogaréu sem tamanho. Os gastos do governo José Serra com cartões foram maiores que os do governo federal e aí querem que a investigação se limite ao governo Lula. Sem falar no tal carro abastecido três vezes no mesmo dia, no mesmo posto, pelo segurança à disposição de FHC e com cartão corporativo do governo federal, direito amparado em lei do ex. A mutreta do segurança não.
O governador José Serra deveria dar um pulo em Sapopemba. É que na eleição presidencial de 2002 confessou à imprensa que nunca havia visto uma vaca ao vivo. Viu no dia que fez a tal declaração, ou na véspera.
Com certeza as vacas de Sapopemba devem ser de algum tucano querendo homenagear o governador e candidato tucano à presidência da República. Ou uma tentativa de desviar o assunto e evitar que Serra tenha que explicar uma compra no dia dos namorados, ano passado, com um cartão corporativo do seu governo por um dos seus tucanos boys. Tucano é um trem danado de complicado para se entender e engolir. Misto de udenista com roupagem do século XXI, conduzidos por um guru que decide tudo depois de olhar-se no espelho mágico que guarda no fundo do baú, FHC, acaba não sendo nada mais que uma grande trapalhada, mas que ameaça o País inteiro.
Hoje, então, devem estar em crise existencial profunda. É que as reservas do Brasil são superiores à dívida externa do País, pela primeira vez em toda a história. Logo no governo de um analfabeto que mal fala o português. Como é que fica o governo do poliglota que não sabia onde ficava Sapopemba (deve continuar sem saber) e quebrou o Brasil? Quebrou e vendeu. Para completar o quadro o governador turista de Minas Gerais, o que mora no Rio e vive no exterior, Aécio Neves, deu uma entrevista ao ex-presidente de Portugal, Mário Soares (agora com um programa na tevê portuguesa), manifestando simpatia por Barak Obama, o provável candidato democrata à presidência dos EUA.
Quem pensa que Aécio estava elogiando Obama não entende nada de tucanês. Estava dando uma cipoada em FHC, pois tem negócio de tucano Obama e tucano Clinton e FHC sonhava ou com a secretaria geral da ONU num governo de Hilary, uma espécie assim de delírio de presidente do mundo, ou secretário de Estado (ministro das Relações Exteriores). á que Obama está devastando as hostes da senhora Clinton... Aécio foi lá com o ferrinho de dentista e cutucou fundo no guia e guru tucano. Difícil de entender? Não é não.
Jô Soares, no tempo que era Jô Soares, escreveu uma crônica onde contava a história dos tucanos como criadores do cavalo. Aí, lá pelas tantas, depois de exaustivas discussões sobre coloca isso aqui, aquilo ali, sobrou o rabo do cavalo e um tucano, acho que Montoro, se espantou – “mas tem rabo?”
Por aí. O to be or not to be tucano – “tem rabo?”
E olha que Montoro era um sujeito direito, sério, mas errático. Embarcou na mais furada de todas as canoas de sua vida, o PSDB, na esteira do discurso moralista/udenista de FHC e Serra que queriam apenas o seu governo, era governador de São Paulo, para um trampolim e mais tarde o PSDB. Vamos aguardar o pronunciamento do tucano mor sobre esse negócio de reservas maiores que a dívida e quem sabe, sobre as vacas de Sapopemba. Sobre o carro abastecido três vezes no mesmo dia e no mesmo posto, o mesmo carro lógico, não vai falar nada, vai dizer que é mesquinharia.
E, quando forem reinventar o cavalo, prestem atenção nas vacas. Têm rabo.
Laerte Braga
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