Em 1994, Lula liderava as pesquisas eleitorais, o líder metalúrgico foi a Nova York e acabou sendo abordado por um grandalhão de forma nada amistosa. "Afinal, você pretende ou não pagar a dívida?", indagou o sujeito. Era William Rhodes, personagem que se tornou figura fácil do noticiário econômico brasileiro durante mais de duas décadas. Em 1982, quando o Brasil foi à bancarrota, Rhodes teve de interromper suas férias no Quebec, no Canadá, para assumir o posto de líder do comitê de bancos de credores - o Citibank era o maior deles. Sem meias palavras, Rhodes jamais se furtou a dizer como os devedores deveriam agir. E seu objetivo, naturalmente, era garantir que os pagamentos da dívida não voltassem a atrasar. Por conta desse eterno garrote externo, do qual o Brasil só se libertou recentemente, o País viveu décadas perdidas....Talvez a lembrança daquele encontro com Rhodes em 1994 tenha ecoado na mente de Lula na semana passada, quando, em Havana,Lula falou sobre a situação financeira do Citi, maior banco americano, que teve prejuízo de US$ 9,8 bilhões. “Eles, que davam tanto palpite sobre como administrar os países e as coisas, quando chegou a hora de provar suas competências, demonstraram que não têm tanta competência quanto falavam” A frase dita por Lula traduz uma verdade.
Recentemente, quando vieram à tona os primeiros problemas do Citi com a crise das hipotecas, a revista Fortune fez uma capa irônica, com Chuck Prince, ex-CEO do banco na capa, e a seguinte chamada: "Que cigarro ele estava fumando?" Para a mídia especializada americana, parecia difícil entender como as mentes mais poderosas e melhor remuneradas de Wall Street poderiam cometer erros tão primários, que agora, depois de descobertos, têm sido punidos pelo mercado. Desde o começo do inferno astral do Citi, o banco já perdeu US$ 140 bilhões em valor de mercado. Valor mais ou menos semelhante ao que era a dívida externa brasileira em 1982.
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