Um dos mais bem-sucedidos programas de economia de energia está em andamento na Venezuela. O presidente Hugo Chávez aproveitou a popularidade das suas "misiones" (programas sociais) e batizou de Missão Revolução Energética um projeto que já trocou gratuitamente 52 milhões de lâmpadas incandescentes por fluorescentes, mais econômicas, em residências e no comércio.
Com isso, o governo venezuelano conseguiu reduzir em cerca de 800 megawatts (MW) médios a demanda de energia elétrica - cerca de 5% da capacidade instalada do país.
O programa começou em novembro de 2006. Na Venezuela, à semelhança do Brasil, a maior parte da energia gerada é hidrelétrica - 72% do total. A troca de lâmpadas foi feita por 3.800 brigadistas - boa parte cubanos - que iam, de porta em porta, à casa dos venezuelanos. Dados do governo indicam que só 0,6% das unidades comerciais, por exemplo, recusaram a troca. A próxima fase da "missão" de Hugo Chávez prevê a instalação de painéis solares em residências e edifícios.
Alguns milhões de lâmpadas foram colocados em favelas de Caracas, onde boa parte dos moradores não paga por energia elétrica. A iniciativa privada estima que, na Venezuela, o furto de energia representa até 40% de todo o consumo. Nesse caso, o único efeito do programa é diminuir a demanda. Mas a "missão" ganhou popularidade pela redução que propicia nas contas de luz de quem paga pela energia. Em dezembro, a reportagem do Valor visitou residências na periferia de Caracas em que o valor das contas de luz diminuiu mais de 50%.
Desde 1º de janeiro, o governo colocou em prática outra medida importante. Os carros novos só podem sair das concessionárias com tanques para o uso de gás natural veicular (GNV). Além disso, a estatal petrolífera PDVSA distribuirá gratuitamente 100 mil kits de conversão para GNV ao longo de 2008.
Essa é a aposta oficial para diminuir o consumo de gasolina, que é vendida a US$ 0,04 por litro - menos que na Arábia Saudita. Para efeito de comparação, para abastecer um carro com 50 litros, paga-se o equivalente a dois cafés expressos.
De acordo com o jornal venezuelano "El Universal", o subsídio anual da PDVSA aos consumidores de gasolina chega a US$ 12,5 bilhões. Isso significa 38% das reservas internacionais do país e supera em US$ 2,4 bilhões os investimentos previstos pela própria estatal em manutenção e expansão da produção em 2008.
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