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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

E as penas vão voar. Aécio dará apoio à candidatura de Alckmin em SP


O apoio do governador de Minas, Aécio Neves, à candidatura de Geraldo Alckmin à Prefeitura de São Paulo expôs o racha de grupos políticos dentro do PSDB. O incentivo do mineiro vai em sentido oposto ao da ala mais ligada ao governador José Serra, que defende a reeleição do prefeito Gilberto Kassab e a manutenção da aliança com o DEM. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sinalizou na mesma direção de Serra e defendeu Alckmin para a sucessão do governo paulista em 2010.

Aécio deverá manifestar sua opinião numa reunião programada para esta semana com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, governadores e Alckmin. O mineiro defende que a candidatura de Alckmin é estratégica para a sigla. Já Fernando Henrique teria tentado demover o ex-governador da idéia de concorrer, em uma conversa na semana passada. Em entrevista no fim de semana, FHC deixa clara a intenção de indicar Alckmin para a sucessão estadual, em 2010. O ex-governador, no entanto, insiste que o PSDB não pode abrir mão da candidatura. O tucano teme, segundo interlocutores, perder peso político caso não concorra em 2008.

O discurso favorável à candidatura de Alckmin tem resistências no PSDB. O vice-governador e secretário estadual, Alberto Goldman, evocou "responsabilidade política" ao recomendar a preservação da aliança no Estado. "Quero isso. Quero aquilo. Onde entra o interesse do cidadão? Em política, se não se der conta que há um mundo real, está perdido."

O DEM, por sua vez, aumentou a pressão contra uma candidatura de Alckmin. Caso insista em lançar-se à prefeitura, à revelia do apoio à reeleição de Kassab, o tucano será acusado de minar a relação das duas legendas no país e prejudicará as alianças não só em 2008, mas também em 2010. Entre os dirigentes do DEM, é clara a idéia que o PSDB deve apoiar Kassab. Nenhuma outra hipótese, dizem dirigentes, é aceita no momento. "Não tem como, não há hipótese de Kassab não ser candidato", disse um profundo conhecedor do DEM. "Se ele não for é como o partido todo renunciar a sua própria existência. É mais fácil ir à Justiça e fechar o partido", disse o dirigente.

Segundo um articulador político da legenda, o DEM não vai aceitar novas parcerias com o PSDB "se não houver reciprocidade em São Paulo". "O PSDB está jogando nessa eleição uma decisão que será importante para alianças no país todo e não só agora. Se tivermos enfrentamento na prefeitura, isso se refletirá nos Estados e na disputa pela Presidência", comentou.

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