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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Impacto diluído nas parcelas financiadas


A avaliação positiva que a área econômica do governo fez da repercussão do pacote de medidas anunciadas pelo governo, para compensar a perda na arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), ganhou força ontem com o estudo de especialistas. É o caso da análise feita pelo vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Oliveira, demonstrando que a diluição do valor dos juros nas prestações de um financiamento impedirá que o país viva momentos de esfriamento da economia em decorrência da redução do poder de compra dos brasileiros. “Ninguém vai deixar de comprar por conta de alguns reais a mais por mês. As pessoas se importam mais com o valor da prestação do que com o custo final”, analisa Miguel Oliveira.

“Apesar desse aumento de preços e de taxas, é fato que o consumidor não deixará de comprar a prazo. Os que já tomaram empréstimos se livram desse reajuste dos juros, mas o restante não deve sentir tanto a diferença. Nosso levantamento mostra que o aumento nas prestações será pequeno o suficiente para não interferir na decisão de compra”, afirma Oliveira.

Aumento pequeno

O consumidor terá na compra de um carro financiado — que no caso de um modelo de R$ 34,5 mil significará acréscimo de R$ 1.150 —, a possibilidade de diluir o valor em prestações deve reduzir possíveis impactos no mercado automobilístico. O setor se prepara para novo recorde de vendas, após fechar 2007 com 2,46 milhões de unidades vendidas, das quais 70% por meio de financiamento.

Com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a prestação desse veículo, de R$ 750 ao mês em 46 parcelas, terá alta de R$ 25, calcula o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), Sergio Reze. “Não é isso que fará o cliente desistir”, diz. “Caso se sinta prejudicado no valor da prestação, ele poderá ampliar o prazo do crediário.” Em sua avaliação, “o impacto no mercado não será grande.”

A Anefac simulou algumas situações. Uma delas é a compra de uma TV de LCD de 26 polegadas pelo prazo de 24 meses, com preço à vista de R$ 1.500 e taxa de juros de 6% ao mês. Com o IOF antigo, seriam 24 parcelas de R$ 120,85 (total de R$ 2.900,40), e com o valor novo, 24 parcelas de R$ 122,29 (total de R$ 2.934,96). Ou seja, o aumento na prestação fica em apenas R$ 1,44, mas o aumento no financiamento total é de R$ 34,56. Já no caso de um carro de R$ 25 mil, financiado em 60 meses com juros de 2% ao mês, 60 parcelas de R$ 740,25 (total de R$ 44.415) passam para 60 parcelas de R$ 763,38 (total de R$ 45.802,80).

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