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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Descanso antes da discussão


Antes de iniciar a semana de folga, o Presidente Lula pretende começar a definir logo as estratégias do governo para compensar o fim da arrecadação da Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para isso, se reúne hoje com o ministro da Fazenda Guido Mantega, no Palácio do Planalto. Da reunião, não deve sair uma decisão definitiva sobre a atitude a ser adotada pelo governo para compensar a perda na arrecadação de R$ 38 bilhões anuais.

Segundo assessores, a intenção do Presidente na reunião de hoje é ouvir do ministro as opções técnicas que o governo poderá adotar, mas só discuti-las em uma ampla reunião na próxima semana, quando ele retornar da folga, provavelmente no dia 10. A orientação de Lula à sua equipe é não tomar qualquer atitude prática que possa ser considerada precipitada, colocando em risco as negociações com senadores da oposição e também da base do governo que votaram contra o imposto do cheque em dezembro.

A postura recomendada por ele faz parte do acordo feito no mês passado para aprovar no Senado a manutenção da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite ao governo usar como quiser 20% do que foi arrecadado com impostos carimbados. Para garantir sua aprovação, a oposição exigiu que nenhuma medida fosse anunciada antes de qualquer negociação. Lula topou.

Folga

O local escolhido pelo Presidente para descansar, aliás, só deve ser definido hoje. Segundo a assessoria do Presidente, ele estaria em dúvida entre a reserva Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, e a ilha pernambucana de Fernando de Noronha. O Presidente passou a virada do ano reunido com familiares na Granja do Torto. Não houve movimentação do lado de fora do local na noite de segunda. Lula preferiu a discrição e o silêncio, e não deixou o interior da residência para dar declarações.

A semana também deverá ser de folga para os ministros José Múcio, das Relações Institucionais, Paulo Bernardo, do Planejamento, Franklin Martins, da Comunicação Social, e até para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que pretende viajar na próxima sexta-feira. Na segunda-feira, José Múcio deve se encontrar com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), no Palácio do Planalto.

Os dois pretendem avaliar as táticas de negociação que serão adotadas com os senadores em fevereiro. Eles querem analisar e sentir o cenário que terão pela frente no Senado após a derrota na votação da CPMF em dezembro. “Precisamos discutir os cortes no orçamento, a reforma tributária e a equação para encontrar uma fonte de recursos para a Saúde com o fim da CPMF”, afirma o líder. “Tudo tem que ser combinado”, ressalta.

Embora trate o mês de fevereiro como pontapé inicial das negociações com os parlamentares, o governo terá conversas informais com algumas lideranças partidárias durante o mês de janeiro. Quer testar a receptividade das propostas que pretende colocar na mesa, antes de começar para valer as articulações dentro do Congresso.

Prioridades

Veja o roteiro do governo em janeiro

Discutir os cortes no Orçamento de 2008 para compensar o fim da CPMF

Iniciar a negociação para apresentar ao Congresso a reforma tributária

Encontrar uma fonte de recursos para a Saúde após a perda do imposto do cheque

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