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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Procurador suspeita de Banco Rural no mensalão tucano


O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu à Procuradoria da República em Minas que investigue o envolvimento do Banco Rural nas fraudes financeiras que a Polícia Federal apontou no mensalão tucano. Ele recomenda que seja apurada “a prática de crimes contra o sistema financeiro por parte dos dirigentes do Banco Rural em concurso com outras pessoas”.

Souza cita no documento oito exemplos de possível gestão criminosa do banco em 1998. Entre eles, a “simulação de acordo na Justiça para quitar um empréstimo” de R$ 13,9 milhões, a assinatura de contrato fictício de prestação de serviços, a “concessão de empréstimos dentro de um esquema de lavagem de dinheiro” e a omissão de informações às autoridades.

Nos laudos e relatórios sobre o esquema financeiro do mensalão tucano, a PF concluiu que o Rural teria, em operações irregulares ou fictícias, ajudado a pagar os empréstimos contraídos pelas empresas do publicitário Marcos Valério para financiar a campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas em 1998.

Boa parte das supostas ilegalidades foi detectada em um dos principais empréstimos feitos em 1998 por Valério para a campanha, no valor de R$ 9 milhões. Após vários atrasos no pagamento, a dívida chegou a R$ 13,9 milhões e em abril de 2003 foi quitada por um acordo judicial também questionado pelos peritos. Por ele, o Rural aceitou quitar a dívida por R$ 2 milhões.

O procurador quer saber se o banco recebeu alguma compensação pelas facilidades a Valério. Relatórios da PF indicam, por exemplo, que o banco teria simulado com a SMPB um contrato de prestação de serviços de R$ 8,5 milhões, firmado em setembro de 1999, “apenas para legitimar” repasses de recursos para contas de Valério.

Para a PF, o acordo judicial para pôr fim na dívida foi simulado. “Verifica-se que esta operação foi realizada para zerar a situação de Marcos Valério perante o Banco Rural, diz um dos relatórios . Segundo os peritos, o rastreamento dos recursos usados por Valério para pagar o financiamento mostra que vieram, mais uma vez, do próprio Rural, na forma de outro empréstimo, de R$ 10 milhões.

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