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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

“No Brasil quem tem dinheiro não fica na cadeia” diz suíço


Claudine Spiero chefiava um esquema ilegal de remessas para o exterior que causou prejuízos de hum bilhão de reais aos cofres públicos, segundo a Polícia Federal, que obteve a quebra do sigilo das contas de 19 das 20 pessoas que deteve.

Era em um escritório, na zona oeste de São Paulo, que, segundo a Polícia Federal, os doleiros e representantes dos bancos estrangeiros se encontravam para acertar o esquema de envio ilegal de dinheiro ao exterior. De acordo com as investigações, o escritório é da doleira Claudine Spiero. Os relatórios da Justiça Federal a que o Jornal da Globo teve acesso com exclusividade, mostram que a quadrilha era liderada por ela.

Claudine contaria com o auxílio do grupo para efetuar depósitos, saque de dinheiro em bancos e entregas físicas de moedas em casas de clientes. No escritório dela, os policiais encontraram dólares, reais e barras de ouro. Tudo foi apreendido.

A doleira foi presa nesta terça-feira, junto com outras 19 pessoas, entre doleiros, clientes e funcionários de bancos estrangeiros. esquema funcionava da seguinte forma: a doleira era o elo entre o representante do banco suíço e os empresários. Eles entregavam à doleira dinheiro e ela depositava o mesmo valor em moeda estrangeira em uma conta aberta pelo empresário na Europa. Assim, deixaram de pagar mais de um bilhão de reais em impostos.

O juiz federal Fausto Martin de Sanctis ordenou o bloqueio dos valores depositados nas contas de sete acusados, um total de dois milhões de reais. Também determinou a quebra do sigilo fiscal de 19, dos 20 presos.

O único que não teve o sigilo quebrado foi o suíço Luc Marc. Ele é representante do banco suíço UBS e era o principal contato da doleira Claudine Spiero. Segundo um agente da Polícia Federal, no momento que recebia voz de prisão, Luc Marc fez um comentário. Disse que não estava preocupado, porque no Brasil quem tem dinheiro não fica na cadeia.

“Essa concepção que esse indivíduo tem a respeito da nossa forma de repressão criminal é bastante equivocada. De forma que realmente se eu fosse ele não pagaria pra ver”, diz Karen Gianetti, procuradora da República.

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