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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Lula comemora o Brasil entre os melhores

Passadas duas semanas do festejado anúncio da descoberta de reservas de petróleo no Campo de Tupi, em Santos (SP), que podem levar o Brasil à almejada condição de exportador do combustível, o Presidente Lula defendeu ontem a taxação do mercado internacional do petróleo como estímulo à venda de biocombustíveis, em cerimônia de lançamento do relatório Desenvolvimento Humano 2007-2008, apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Vejam que absurdo: para que o Brasil exporte o seu etanol para algum país do mundo, tem uma sobretaxa enorme, quase dobrando o preço do nosso álcool, entretanto, o petróleo comprado dos países de petróleo não paga nenhuma taxa. Cadê o equilíbrio comercial? - questionou o Presidente Lula.

Cadê a vontade de despoluir o planeta? Cadê a vontade de diminuir a emissão de gases de efeito estufa? Poderia começar taxando o petróleo.

Elogiado por representantes das Nações Unidas por conta das iniciativas do Bolsa Família e do renascimento da indústria do etanol, Lula comemorou a ascensão do Brasil à lista de países de alto desenvolvimento humano no levantamento. Pediu aos diretores do Pnud que voltem a escolher o Brasil para o lançamento mundial de seu relatório de desenvolvimento em 2012, quando o trabalho terá foco nos dados colhidos durante os dois últimos anos de seu mandato - 2009 e 2010. Preocupou-se, contudo, em enfatizar que não será mais o Presidente do país em 2012, mas que gostaria de ser convidado "pelo futuro presidente" para a cerimônia.

Animado pelos resultados expostos no documento das Nações Unidas, Lula disse ainda que o país não aceitará lições ou imposições sobre sua política de conservação do meio ambiente. Em seguida cobrou "responsabilidade" das nações mais ricas do mundo em contribuir para a preservação de florestas em países pobres durante a Convenção das Partes sobre Mudança Climática das Nações Unidas, que acontecerá na ilha de Bali (Indonésia), em dezembro. Lula reclamou da demora na implementação de medidas e decisões tomadas durante fóruns globais e citou como exemplo o Haiti, ainda a espera do cumprimento de promessas de mais de US$ 1 bilhão em doações de diversos países.

Vamos discutir com muita seriedade o preço que os países ricos têm que pagar para que os países mais pobres possam preservar as suas florestas - afirmou o presidente.

Você não vai convencer um pobre, de nenhum país do mundo, que ele não pode cortar uma árvore se não tiver como troco o direito dele trabalhar, o direito dele comer. É a contrapartida de quem é responsável por 70% da emissão de gases do efeito estufa.

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