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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Governo baiano vai investir pesado em infra-estrutura


A Bahia abre os braços para a economia global. Para isso, prepara uma repaginação total na sua infra-estrutura de transportes e logística, avaliada em R$ 19 bilhões, para melhorar o escoamento da produção agroindustrial. Ao mesmo tempo, deseja manter a tradição de terra hospitaleira e atrair empresas que possam investir R$ 8 bilhões, até o final de 2007, no Estado. O plano estratégico do governo estadual ainda tem como eixos o desenvolvimento social, com prioridade para a saúde, educação, geração de emprego e renda.

"Mais de R$ 19 bilhões serão investidos na Bahia até 2011, com verbas do governo estadual, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Programa Nacional de Logística e Transportes (PNLT)", diz o secretário de Planejamento do Estado, Ronald Lobato. Desse montante, 58,7% devem ser reservados para a área social.

Uma das maiores preocupações do governo é a área de infra-estrutura e logística, para facilitar o escoamento da produção do Estado. Além de recuperar e duplicar rodovias, como a BR-101 e a BR-324, a estratégia inclui a revitalização da hidrovia do rio São Francisco e a criação da Ferrovia da Integração Oeste-Leste.

A primeira etapa da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, avaliada em R$ 2,8 bilhões, ligará a costa leste baiana, próximo ao porto de Ilhéus, com o município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste do Estado. O projeto final prevê que a obra alcance Puerto Bayovar, no Peru. Até lá, o corredor de mais 1 mil quilômetros de extensão vai servir para transportar a produção do oeste baiano, como 23 milhões de toneladas anuais de ferro extraídas das jazidas de Caetité, município a 757 quilômetros de Salvador. As obras devem começar em 2008.

"A revitalização da hidrovia do São Francisco envolve um trecho de 610 quilômetros, entre Juazeiro (BA) e Ibotirama (BA)", garante Antônio Valença, assessor especial da secretaria de Planejamento do Governo do Estado da Bahia. O investimento é de R$ 110 milhões e o projeto inclui a utilização de serviços de satélite para orientar o tráfego de navios no rio.

A conclusão da obra deve atrair e manter grandes empresas na região, como o grupo Caramuru Alimentos, com faturamento de R$ 1,1 bilhão. " A safra de grãos da Bahia só não é maior por falta de infra-estrutura " , diz Antônio Ballan, diretor de logística da companhia, que já investiu em terminais hidro-ferroviários em Pederneiras (SP) e Anhembi (SP). A Caramuru processa 677 mil toneladas de milho por ano.

Assim como a Caramuru, o governo do Estado quer servir de celeiro para outras empresas nacionais e estrangeiras. "Até dezembro, pretendemos atrair companhias que totalizem R$ 8 bilhões em investimentos, em setores como construção civil, mineração e automotivo", assegura o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, Rafael Amoedo.

Em 2008, segundo o secretário, esse valor deve crescer 20%. Somente em 2007, foram feitas nove licitações para projetos na área de extração mineral - a maioria na região do semi-árido, que cobre 70% do território baiano. "Todas essas operações vão gerar mais empregos no Estado, principalmente no interior."

Para Jorge Lins Freire, presidente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), que representa mais de 2 mil companhias, os setores que mais contratam no Estado são a construção civil (13,4%), alimentos (11,6%), couros e calçados (11%). "As empresas querem técnicos qualificados", afirma.

Boa parte do pessoal treinado vai para os pólos industriais do Estado, como Camaçari e Ilhéus. Além de 37 empresas da fase inicial de Camaçari, da área petroquímica, como a Braskem, o local acolheu companhias do setor automotivo, como a Ford, e a Bridgestone Firestone e a Continental, do nicho de pneus. O pólo abastece 50% do mercado brasileiro de produtos químicos e petroquímicos e fatura US$ 9,4 bilhões por ano.

"Nossa fábrica responde por cerca de 10% da produção nacional e por 13,5% do volume de exportações da Bahia", diz Edson Molina, diretor de logística da Ford, que acaba de completar seis anos de produção em terras baianas. Em 2006, as exportações do complexo - 30% da produção - alcançaram US$ 873 milhões. México, Argentina e Venezuela são os maiores compradores.

No pólo de informática de Ilhéus, 74 empresas faturaram R$ 2 bilhões em 2006. O conglomerado tem 20% de participação no mercado nacional e cresce 14% ao ano, graças à políticas de incentivos fiscais para as companhias residentes. Gera 1,6 mil empregos diretos.

Enquanto isso, a região metropolitana de Salvador se prepara para receber um novo parque tecnológico, a partir de 2009. O Tecnovia deve receber investimentos de R$ 100 milhões, em quatro anos, do governos federal, estadual e municipal. "São esperadas 30 empresas e cinco instituições de pesquisa no primeiro ano de funcionamento", diz Horácio Hastenreiter, gerente do complexo. O pólo deve receber companhias com perfil inovador nas áreas de TI, biotecnologia, saúde, energia, meio ambiente e comunicações.

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