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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O duelo de Renan contra o partido da mídia

O Senador Renan Calheiros será cassado ou não hoje.

Independente das antipatias e simpatias contra o senador, e de suas condutas na vida, o fato é que esse processo tornou-se um duelo político comandado pelo Partido da Mídia.

Um duelo estranho, porque a mídia desafia, mas não participa do duelo de peito aberto. Coloca para duelar uma tropa de choque de Senadores aliados do Partido da Mídia.

Na falta de provas dos acusadores que o denunciaram, o Senado deveria se esmerar em conseguir tais provas ou deveria deixar Renan passar pelo processo na justiça, como já acontece com diversos outros Senadores.

Pesam contra Renan uma série de acusações que descontruíram sua imagem, a ponto de vasculharem a vida cadastral de sua esposa na Serasa.

Mas ninguém ainda diz que a Mendes Júnior pagou suas contas, por exemplo. Já passaram a testar outras hipóteses, da venda de uma fábrica de refrigerantes (também não comprovada onde houve ilítico) à esquemas no INSS e na FUNASA. Tudo isso merece investigações bem mais sérias do que o que a imprensa tem publicado.

A imprensa tem usado o denuncismo como uma criança que jogo uma pedra em uma vidraça e sai correndo para se esconder. O ato de se esconder da imprensa se dá nas fontes ocultas, nos testes de hipóteses, e na falta do contraditório, na falta do direito à defesa, no seletivismo da informação.

A oposição demo-tucana atua apenas de forma oportunista em sintonia com o Partido da Mídia. O PMDB tem atraído políticos dos Demos e Tucanos interessados em verem-se livres das amarras de uma oposição que só consegue usar como armas, sentimentos pequenos como a inveja, a raiva, o ódio, a sabotagem ao governo, o apreço ao fracasso alheio, a aposta em um Brasil pior, como arma para retomar o poder.

Além disso o PMDB deve tomar parte do voto conservador que ia para os demos e tucanos, já em 2008. Muitos que não votam em partidos de esquerda, não são loucos de quererem ver a volta dos demo-tucanos ao poder. Por isso querem desgastar o PMDB.

Os Senadores dos Demos e tucanos queriam que Renan renunciasse, assim como Roriz. A cassação de Renan fatalmente gerará pressão para a cassação de outros Senadores.

Lembra o caso de Danton e Robespierre na Revolução Francesa. Os dois eram aliados no início da Revolução. Depois Danton tornou-se dissidente. Foi para a guilhotina em processo comandado politicamente por Robespierre. Pouco tempo depois, o próprio Robespierre era executado como Danton.

Como o voto é secreto, acredito que muitos senadores pseudo-vestais da oposição que não resistiriam a uma única reportagem profunda sobre suas vidas, temam que ao Renan sair dos holofotes, possam vir a ser a próxima bola da vez. Por outro lado eles temem desobedecer ao Partido da Mídia.

Se Renan for cassado, outro senador peemedebista da base de apoio ao governo deve vir a presidir o Senado. Então isso não é um problema maior para o governo Lula.

O Partido da Mídia quer a cabeça de Renan, para impor sua agenda própria, renovar concessões de TV sem problemas no Senado e outras coisinhas mais.

Mas o Senado, se cassar Renan, estará se impondo um grau de intolerância contra desvios éticos, cujos critérios justificariam a cassação da grande maioria dos Senadores. Seria até bom se isso acontecesse de fato. Mas o que deve acontecer é uma operação abafa atrás da outra até o fim da legislatura. Um salve-se quem puder, que, aliás, já acontece.

E é impossível esquecer a ironia de que quem estará julgando Renan são senadores como Eduardo Azeredo, Flexa Ribeiro, Tassio Jereissati, José Agripino, todos que tem em suas vidas passagens mais desabonadoras do que o próprio Renan.

Hoje, se os Senadores decidirem pela jurisprudência da presunção de culpa, que passe a ser aplicada a todos, inclusive com a revisão de alguns casos notórios demais para serem esquecidos como de Eduardo Azeredo.

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