Faz um ano do acidente da Gol, quando 2 pilotos norte-americanos deixaram um equipamento de segurança essencial anti-colisão desligado (TCAS), provocando o choque.
Vamos ser claros: o TCAS existe para ser usado e evitar colisões. Nenhum piloto que possui um equipamento desses o dispensa pela sua própria segurança. O fato dele estar desligado é claramente uma falha humana por negligência inexplicável, principalmente quando existiam um piloto e um co-piloto no Legacy. Foi preciso que 2 negligentes para não perceberem algo tão essencial.
Estivesse o TCAS ligado (e ele tinha que estar ligado) e jamais haveria esse terrível acidente, por mais que pudesse haver outros erros, seja lá de controle, rádio, radares terrestes, cumprimento do plano de vôo, etc.
A FAB disponibilizou um avião Hércules para os familiares que desejaram fazer um vôo sobre o local em homenagem a seus entes queridos, e depois pousará na Base Aérea do Cachimbo, onde será realizada uma missa em homenagem às vítimas. Havia previsão de 83 familiares, porém 40 preferiram não ir.
Mais cedo, a FAB levou 6 familiares, escolhidos entre eles próprios, em um avião Bandeirantes, até a fazenda Jarinã, onde foi construída uma capela em homenagem às vítimas da tragédia. Não havia como levar mais pessoas em um avião maior devido às limitações da pista de pouso da fazenda.
Persistem entre as vítimas queixas quanto a demora no pagamento de indenizações pela GOL. Os familiares cobram também uma lei que regulamente as indenizações, de forma que não fiquem em longas batalhas judiciais.
Os Urubus de sempre, continuam aproveitando o assunto para ciscarem e fazerem política em cima da tragédia.
O Jornal O Globo coloca como manchete hoje "Controle Aéreo ainda é precário um ano depois".
Há muito o que melhorar, não resta dúvida, mas a manchete do Globo falta com a verdade dos fatos.
O controle aéreo no Brasil ainda está entre os melhores do mundo. É tão "precário" quanto ao do Japão, China, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Austrália, Canadá, Rússia e Estados Unidos.
O Brasil acaba de ser confirmado no sábado passado (dia 22) no Grupo I da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) ao lado desses países. O Grupo I reúne os países que detém os melhores padrões de segurança.
A experiência que pudemos tirar dos acidentes, é que as empresas, na ganância por lucros, operam no limite da capacidade, quando não extrapolam. Colocam funcionários sob pressão, lotam aviões mais do que devem, saturam aeroportos, cancelam vôos vazios, juntado dois vôos em um, fazem overbooking (vendem um mesmo assento para duas pessoas, depois tem que remanejar uma para outro vôo mais tarde). É verdade que essas políticas reduzem também o preço das passagens, mas o limite do barateamento deve ser não comprometer a segurança.
Isso é típico de políticas neoliberais que diminuem a função reguladora do Estado (fiscalização), e deixam nas mãos das próprias empresas e dos consumidores se entenderem. É perigoso demais para atividades de segurança crítica como a Aérea. Por isso o governo voltou a contrariar as empresas, reduzindo vôos em Congonhas, e redistribuindo a malha viária por outros Aeroportos e cidades.
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