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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Isso explica a campanha do cansei?

Arthur Wascheck, empresário que denunciou fraude em licitações desbaratada em 2005, é preso por agentes federais. MP o acusa de herdar esquema de corrupção milionário dentro da estatal

A Polícia Federal prendeu ontem, em dois estados e no Distrito Federal, cinco pessoas envolvidas com esquema milionário de fraudes em licitações nos Correios, durante a Operação Selo. Esta foi a segunda fase de investigação iniciada em 2005, quando o ex-chefe de Contratação e Administração de Material da empresa Maurício Marinho foi flagrado recebendo R$ 3 mil de propina de empresários.

Entre os presos estão Sérgio Dias e Luiz Carlos de Oliveira Garritano, funcionários dos Correios, além dos empresários Antônio Félix Teixeira, Marco Antônio Bulhões e Arthur Wascheck, considerado pela PF como líder do grupo e acusado de ter sido o responsável pela gravação feita no dia em que Marinho recebia a propina.

Para investigadores, o grupo agia como traficantes nos morros: quando uma quadrilha sai de cena, outra assume o lugar. Isso porque a quadrilha presa ontem herdou o esquema da anterior. “Havia uma quadrilha na ECT (Empresa de Correios e Telégrafos), que foi desbaratada e afastada. A outra organização tomou o lugar dela. Assim como os traficantes fazem, quando saem, morrem ou são presos, acontece a mesma coisa no serviço público. Quando uma quadrilha sai do local, entra outra e começa a praticar atos ilícitos no lugar da que saiu”, explica o delegado Daniel França, um dos integrantes do grupo de investigação.

O empresário, conforme os investigadores, atuava na área de licitações desde 1994, sendo que um ano depois ele fora condenado por irregularidades em licitação para aquisição de bicicletas pelo Ministério da Saúde(Vocês lembram do "ministro Mary Poppins"?) Alceni Guerra ex-ministro da Saúde do governo Collor, foi, acusado na época de superfaturamento na compra de bicicletas para o seu ministério . Wascheck foi preso em Brasília, em seu apartamento no Sudoeste.

Segundo a polícia, o grupo de Wascheck vendia todo tipo de material para os Correios. De sapato a cofres, sendo que muitos integrantes do esquema eram também procuradores de outras empresas envolvidas nas concorrências. Com a análise dos documentos, que começou a ser feita ontem, os investigadores devem chegar aos valores das fraudes. “O que posso dizer é que esse prejuízo é de milhões de reais. Dezenas de milhões de reais”, diz o procurador da República, ressaltando que seu cálculo se baseia em alguns casos específicos. “Existem licitações na casa de bilhões de reais”, afirma o procurador.

5 pessoas foram presas
25 mandados de busca e apreensão foram expedidos
120 agentes federais participaram da operação

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