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domingo, 8 de julho de 2007

Senado, para que Senado? Senadores, então, o que representam?


O senador Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas, tucano, além de responsável por um dos mais deprimentes períodos vividos pelo Estado, absoluta ausência de vida no Executivo, é também autor de projetos no mínimo polêmicos e sempre em função de interesses de grandes grupos. Corrupto, foi eleito com ajuda do esquema Marcus Valério/Clésio Andrade, safou-se, pelo menos até agora, seja pelos interesses que representa, seja pela absoluta incapacidade de andar e falar ao mesmo tempo. Tropeça e cai. O que, na prática, significa, senador pau para toda obra. Pau de galinheiro, diga-se de passagem.

É dele, a pedido de Nélson Jobim, o projeto, já é lei, que eliminou o voto impresso para confirmação na urna eletrônica, legitimando fraudes e mais fraudes, a última delas em Alagoas, que acabou por eleger o tucano Teotônio Vilella Filho para o governo do Estado (envolvido no esquema Gautama). Foi Azeredo quem convidou o diretor da RCTV, a rede venezuelana de tevê que participou do golpe contra Chávez em 2002 e não teve sua concessão renovada, para vir falar sobre liberdade de imprensa no Brasil, especificamente no Senado. Como se a GLOBO não fosse porta voz de bancos, grandes empresas e do Departamento de Estado do Texas (ex-EUA). E como se fosse competência do Senado brasileiro discutir decisões legitimas do governo legitimo da Venezuela.

É da lavra do senador (é filho de um político íntegro, Renato Azeredo, só por isso existe na política, não fosse isso até andar ereto seria complicado, a tendência seria voltar ao estado original, quadrúpede) a declaração sobre "ditadura na Venezuela". Joaquim Roriz foi o coordenador da campanha de Geraldo Alckmin em Brasília. Tasso Jereissati, que vive falando pelos cotovelos sobre as trapalhadas de Renan Calheiros (não toca nas do irmão/sócio), partiu para crucificar Roriz como se sequer o conhecesse ou soubesse quem é. Bandido lato senso. Jereissati abraçou Roriz em Brasília várias vezes durante a campanha de Alckmin, da qual foi coordenador nacional.

Renan Calheiros, o presidente da Casa, arruma uma confusão para provar a origem de um dinheiro, não prova, fica claro que o dinheiro dele não era, do contrário precisa explicar o segredo de lucratividade do seu rebanho. É único no mundo. Mas ameaça intra-muros todo mundo e acaba esculhambando de vez com a chamada Câmara Alta. Vai por aí que Wellington Salgado, acho que é isso, que ninguém elegeu, mas é suplente de Hélio Costa, como é também dono da rede Universo de faculdades privadas, o clássico "pagou passou", vai relatar a situação de Renan, no conselho de Ética, isso mesmo, ética, mas responde a processos por irregularidades várias em vários negócios. Artur Virgílio correu feito um desesperado anos atrás para não ser envolvido em desvio de verbas da Educação (era prefeito de Manaus, no governo Itamar Franco), se desdobrou para não acabar indiciado na CPI de corrupção de menores, hoje deita falação sobre moral, costumes, zelo e trato do dinheiro público.

E vai por aí. Um monte. Sobra meia dúzia de seis como se diz.

Para que Senado? Representação do Estado? Mandato de oito anos, um mundo mordomia, privilégios. O Senado pagou 41 mil reais pelo tratamento dentário de um ex-senador. Está lá nos pagamentos feitos pela Casa. O tratamento dentário de Divaldo Suruagy. De onde? Alagoas. A decisão do presidente Hugo Chávez de dar um prazo ao Congresso, sobretudo ao Senado, para votar a aprovação ou não do ingresso da Venezuela no MERCOSUL, é correta, precisa e a de um presidente eleito e reeleito com larga maioria parlamentar, sem necessidade de acordos, como faz Lula, com gente como Renan Calheiros e Roriz.

Argentina e Uruguai já aprovaram o ingresso da Venezuela. Brasil e Paraguai, não. Parece coisa de muambeiro, com todo respeito aos muambeiros nacionais, sem nem de longe querer compará-los a gente como Renan Calheiros ou Joaquim Roriz, pois são, afinal, pessoas que trabalham e merecem respeito. Os muambeiros. Na tal reforma política que discutem, discutem, discutem e não fazem, lógico, devia acabar com o Senado. Para quê? Que tal um concurso: ache uma utilidade para o Senado Federal e passe um dia acompanhando o "trabalho" de Renan Calheiros. São muitos os países no mundo com sistema unicameral, ou seja, só Câmara. Em essência, aqui em tese: representação popular.

Laerte Braga para o blog Os amigos do Presidente Lula.(Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.)

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