O orçamento do Senado disponível ao público camufla muitos gastos dos 81 senadores. Sob rubricas que à primeira vista nada traduzem, o Sistema de Administração Financeira (Siafi) demonstra gastos que saltam aos olhos pelo inusitado ou pelo valor. Somente este ano, a Casa já gastou R$ 8,4 milhões com passagens aéreas nacionais e mais R$ 218 mil em tíquetes internacionais, num total de cerca de R$ 8,6 milhões em bilhetes aéreos. Enquanto na Câmara, através da internet, é possível saber quanto cada deputado gasta com combustível, contrato de assessoria e impressos, no Senado isso não acontece. Saber quanto ganha um funcionário efetivo do Senado também é quase impossível.
Um senador ou mesmo o suplente que assumiu a vaga por só um mês tem direito a facilidades, sem prestação de contas públicas, como assistência médica e odontológica para si e familiares, para o resto da vida. Só neste ano, o Senado gastou R$ 520 mil com médicos e dentistas que atenderam aos ex-parlamentares. O paraibano Maurício Brasilino Leite, que exerceu o mandato em 1980, gastou, em fevereiro, R$ 31,9 mil com tratamento odontológico. Valmir Amaral (DF) também andou com problemas bucais e o Senado desembolsou para ele R$ 23,9 mil. A mulher do presidente do Senado, Maria Verônica Calheiros, gastou este ano R$ 19,5 mil.
Despesa médica
De um total de R$ 2,7 bilhões, o orçamento do Senado prevê despesas de R$ 48 milhões com assistência médica e odontológica de servidores, empregados e dependentes em 2007. Os senadores têm direito a quatro bilhetes mensais de ida e volta para o estado de origem, e mais uma passagem para o Rio de Janeiro, onde está a antiga sede do Senado. Há ainda gastos com diárias de servidores e dos próprios parlamentares, quando se deslocam a trabalho. Até sexta, segundo dados do Siafi, foram pagos R$ 211 mil para diárias no Brasil e R$ 226 mil para diárias no exterior. Os senadores recebem o valor das passagens em suas contas (sempre considerando-se o valor da tarifa cheia). Para o Nordeste, por exemplo, cada senador recebe cerca de R$ 12 mil. Como dificilmente os senadores gastam esse valor mensalmente, podem acumular créditos para usar, por exemplo, nas férias.
Mas há quem prefira fretar um avião ou usar seu avião particular. E o Senado paga. De acordo com o Siafi, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), gastou R$ 102 mil com o frete de aeronaves da TAM em outubro, novembro, dezembro de 2006 e janeiro e fevereiro deste ano.
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