Avião tocou no ponto correto da pista e continuou em linha reta em alta velocidade...
Imagens feitas pela Infraero revelam que o pouso do Airbus da TAM foi feito no ponto normal do aeroporto de Congonhas, mas, inexplicavelmente, em vez de uma desaceleção, houve uma aceleração abrupta da aeronave.
O avião da TAM que fazia o vôo 3054, proveniente de Porto Alegre e com 186 pessoas a bordo, derrapou ao pousar na pista nova do aeroporto de Congonhas , atravessou a Avenida Washington Luiz sem tocar no asfalto e explodiu dentro do prédio da TAM Express, a empresa de remessas da própria companhia. Segundo fontes do governo, a velocidade foi tão grande que o avião arrebentou uma mureta de concreto no caminho e, em vez de descer a rampa, passou direto e bateu no prédio.
Segundo essa fonte, em geral, numa filmagem como a que está sendo analisada, um avião leva 16 segundos para sair da tela. O da TAM levou 3 segundos.
- Essa é uma diferença brutal de velocidade – afirmou o técnico. - E mostra uma aceleração inexplicável.
A última imagem mostra ainda que havia muita espuma no pneu do avião. De acordo com o especialista, é como se o reverso estivesse aberto e o piloto tentasse frear.
Segundo a fonte, parece ter havido indecisão do piloto, mas é prematuro falar em causas do acidente. Os investigadores, porém, não descartam ainda que tenha havido problemas a aeronave. Os fatos serão esclarecidos com a análise dos dados da caixa-preta, que mostrarão o diálogo entre piloto e co-piloto.
O comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), Juniti Saito, recebeu informações dos funcionários da torre de controle do aeroporto de Congonhas atestando que o Airbus A-320 da TAM tocou a pista no local correto ao tentar aterrissar. Por alguma razão, disseram os funcionários, o avião continuou em alta velocidade.
Tocar o solo no local correto numa aterrissagem é o primeiro requisito para que a operação seja bem sucedida. Em seguida, o piloto deve empreender as ações necessárias para frear o equipamento. Ainda não se sabe a razão pela qual a velocidade não foi reduzida o tanto necessário.
Essa é a primeira informação técnica disponível, por enquanto, a respeito do acidente com o vôo 3054 da TAM no início da noite desta terça-feira (17.jul.2007) em Congonhas. O fato de o avião ter continuado em alta velocidade depois de ter atingido o solo reduz muito a hipótese de os supostos defeitos na pista de Congonhas serem os possíveis causadores da tragédia. Quando o avião derrapa por deficiência da pista quase sempre ocorre uma mudança imediata na trajetória em solo.
As informações preliminares dão conta de que o Airbus da TAM seguiu em linha reta até praticamente o final da pista, sem frear nem perder a direção.
Como choveu nos últimos dias em São Paulo, haveria também a hipótese de aquaplanagem –o avião deslizando sobre uma fina lâmina de água. Mas essa hipótese parece não fazer sentido porque o avião ficou em linha reta quase até o final da pista.
Quando se dá o fenômeno da aquaplanagem é comum a aeronave jogar para um dos lados. A pista principal de Congonhas tem 1,9 km (esse, evidentemente, é um defeito sério da pista: é muito curta). Mas seria improvável em aquaplanagem o deslizamento em linha reta durante todo o percurso de 1,9 km.
Além disso, ao aterrissar o piloto estaria, em tese, acionando o freio. Com aquaplanagem o avião poderia dar um "cavalo-de-pau" ou começaria a deslizar para um dos lados. Mas as informações disponíveis dão conta de não ter ocorrido o desvio de rota.
Em algum momento da aterrissagem, o piloto ou alguém na cabine de comando falou algo que teria sido identificado pela torre de Congonhas como uma menção a "virar" a rota do avião. Mas ainda não está claro em que momento esse tipo de informação foi captada --se logo quando o avião tocou o solo, se na metade da pista ou no seu final, quando o Airbus acabou fazendo a curva à esquerda e atingindo um edifício da TAM Express.
Por que isso teria acontecido? Não se sabe. Pode ter ocorrido algum defeito no aparelho que o impediu de frear (as turbinas não reverteram, os freios não funcionaram, enfim, várias possibilidades a serem estudadas e investigadas).
Espera-se que os dados da caixa-preta possam dirimir essas dúvidas.
Há grandes esperanças de a caixa-preta do avião ser encontrada intacta, pois nesse tipo de aparelho o equipamento fica conservado na cauda –a única parte que não foi totalmente consumida pelas chamas nas horas que se seguiram ao acidente.
Testemunhas contam o que, de fato, ocorreu com o avião da TAM
"Nunca imaginei que iria ver algo tão horrível na minha vida... Eu vi o acidente de coisa de 10 metros. Estava de carro na avenida com minhas amigas, quando eu vi o avião passando pela gente, até falei nossa como tá baixo, mas foi só o tempo de ver o avião passando reto e se chocar no galpão da TAM. Fiquei paralisada, muita gente correndo, o pessoal saltando do onibus, todo mundo chorando... Acho que estou aqui por milagre."
Roseli Souza, São Paulo
"Eu estava passando de carro na hora, e o avião passou por cima de alguns carros. Deu para ver a cena completa, foi muito tumulto na pista. Vários carros freiando rápido, e o carro em que eu estava quase bateu em outros. O avião veio de lado com rodas travadas mais ele deu um pulo na avenida e foi direto pro galpão e aconteceu a batida e começou a pegar fogo rapidamente."
Thiago Brito, Itaperuna (RJ)
"Meu pai trabalha próximo ao Aeroporto. Ele viu o momento do acidente. Segundo meu pai, o avião subiu até uma certa altura e desceu novamente, deslizando na pista e batendo no hangar."
Bruna, São Paulo
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