As xícaras de café que traziam estampado o Brasão da República e o garçom vestindo um summer alvinegro não lembravam em nada o último e mais longo encontro entre o ex-operário Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Tasso Jereissati, há 13 anos. Em 1994, Lula imaginava que poderia ser candidato a presidente tendo Tasso como vice e, assim, levariam ao mesmo tempo o PT e o PSDB, juntos, ao Palácio do Planalto. Os dois costumavam se reunir no escritório que Lula mantinha no bairro do Ipiranga, em São Paulo, e estavam acostumados a dividir pratos de salada verde com macarrão e almôndegas na Cantina do Mário, restaurante limitado mas correto que ficava nas cercanias do Instituto da Cidadania. Ontem, o Presidente Lula recebeu o senador Jereissati, presidente da maior legenda de oposição a seu governo, para a mais delicada das conversas políticas a que se impôs.
O senador disse também que o Presidente Lula pediu ajuda para aprovar a prorrogação da DRU, a Desvinculação das Receitas da União, e também da CPMF – o que seria fundamental para a governabilidade do país. O presidente do PSDB teria respondido que a oposição não vai apoiar o governo nesse caso, a menos que se faça um toma lá dá cá: A alíquota da CPMF seja reduzida e os recursos, compartilhados com estados e municípios. Tasso Jereissatti e o Presidente falaram sobre a importância da reforma política, e Lula reconheceu o direito da oposição de defender a CPI do Apagão Aéreo. Depois do encontro, o presidente do PSDB disse que Lula prometeu atender algumas reivindicações, como a instalação de uma siderúrgica no Ceará.
Mas o presidente Lula e o líder da oposição concordaram em pelo menos um ponto: vão voltar a conversar quando necessário. “Evidentemente, se em alguns pleitos que nós estamos colocando existe possibilidade de serem revertidos pelo diálogo, é sempre construtivo para o país. Aquilo em que nós não nos entendermos, nós vamos colocar como sempre nos colocamos, contra”, disse Tasso Jereissati. À saída do Planalto, às 21h25, o tucano revelava-se ameno: “Foi uma conversa institucional, foi muito boa”, elogiou. Segundo Tasso, ele e Lula não falaram nem de CPI do Apagão Aéreo nem de fim da reeleição. “Quando eu ia saindo, da porta, ele disse que não temia a CPI”, contou o senador.
Soa estranho para os leigos em política, mas ao receber Tasso com tanta cordialidade em seu gabinete de trabalho o presidente Lula fortaleceu as posições estratégicas do senador cearense dentro do próprio PSDB, legenda que preside. A retórica belicosa adotada por Tasso em 2005 e 2006, durante o longo inverno das CPIs e da campanha de reeleição, parecia ter inviabilizado qualquer possibilidade de entendimento entre os dois. Como não há vácuo em política e a atividade é arte de fabricar consensos, os governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) tomaram a dianteira entre os tucanos na hora de estabelecer entendimentos pontuais com o governo federal a fim de “discutir o Brasil”. Restaurando a amizade com Lula, como fez ontem, Tasso também está novamente restaurando como interlocutor formal do PSDB para este debate. Tudo como nos velhos tempos em que a dupla dividia cervejas e refrigerantes dietéticos nos copos americanos da Cantina do Mário.
O senador disse também que o Presidente Lula pediu ajuda para aprovar a prorrogação da DRU, a Desvinculação das Receitas da União, e também da CPMF – o que seria fundamental para a governabilidade do país. O presidente do PSDB teria respondido que a oposição não vai apoiar o governo nesse caso, a menos que se faça um toma lá dá cá: A alíquota da CPMF seja reduzida e os recursos, compartilhados com estados e municípios. Tasso Jereissatti e o Presidente falaram sobre a importância da reforma política, e Lula reconheceu o direito da oposição de defender a CPI do Apagão Aéreo. Depois do encontro, o presidente do PSDB disse que Lula prometeu atender algumas reivindicações, como a instalação de uma siderúrgica no Ceará.
Mas o presidente Lula e o líder da oposição concordaram em pelo menos um ponto: vão voltar a conversar quando necessário. “Evidentemente, se em alguns pleitos que nós estamos colocando existe possibilidade de serem revertidos pelo diálogo, é sempre construtivo para o país. Aquilo em que nós não nos entendermos, nós vamos colocar como sempre nos colocamos, contra”, disse Tasso Jereissati. À saída do Planalto, às 21h25, o tucano revelava-se ameno: “Foi uma conversa institucional, foi muito boa”, elogiou. Segundo Tasso, ele e Lula não falaram nem de CPI do Apagão Aéreo nem de fim da reeleição. “Quando eu ia saindo, da porta, ele disse que não temia a CPI”, contou o senador.
Soa estranho para os leigos em política, mas ao receber Tasso com tanta cordialidade em seu gabinete de trabalho o presidente Lula fortaleceu as posições estratégicas do senador cearense dentro do próprio PSDB, legenda que preside. A retórica belicosa adotada por Tasso em 2005 e 2006, durante o longo inverno das CPIs e da campanha de reeleição, parecia ter inviabilizado qualquer possibilidade de entendimento entre os dois. Como não há vácuo em política e a atividade é arte de fabricar consensos, os governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) tomaram a dianteira entre os tucanos na hora de estabelecer entendimentos pontuais com o governo federal a fim de “discutir o Brasil”. Restaurando a amizade com Lula, como fez ontem, Tasso também está novamente restaurando como interlocutor formal do PSDB para este debate. Tudo como nos velhos tempos em que a dupla dividia cervejas e refrigerantes dietéticos nos copos americanos da Cantina do Mário.
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração